“No Porto ainda temos muito para dar ao Mundo”

Três mulheres, duas empresárias e a responsável pela promoção externa do Porto, acreditam que a cidade tem muito a ganhar com o título de melhor destino europeu do ano.

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Rui Moreira guardou a voz para hoje. Ontem, limitou-se a usar o Facebook, uma das suas armas de promoção desta eleição vitoriosa, para agradecer a todos os que votaram entre 22 de Janeiro e 12 de Fevereiro. Muitos foram portugueses, mas muitos também, garante Helena Gonçalves, foram estrangeiros. Sensíveis ao carácter distintivo, “autêntico”, de um destino que cativou mais cliques (14,8%) do que Zagreb, (10,2%), Viena, Nicósia, Budapeste, Madeira, Milão, Madrid, Berlim e Roma.  

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Rui Moreira guardou a voz para hoje. Ontem, limitou-se a usar o Facebook, uma das suas armas de promoção desta eleição vitoriosa, para agradecer a todos os que votaram entre 22 de Janeiro e 12 de Fevereiro. Muitos foram portugueses, mas muitos também, garante Helena Gonçalves, foram estrangeiros. Sensíveis ao carácter distintivo, “autêntico”, de um destino que cativou mais cliques (14,8%) do que Zagreb, (10,2%), Viena, Nicósia, Budapeste, Madeira, Milão, Madrid, Berlim e Roma.  

O Porto sucede a Istambul, vencedor da 4.ª edição do troféu, em que Lisboa ficou classificada em 2.º lugar (apenas 0,2% separaram as duas cidades). Aliás, Portugal tem tido uma prestação muito bem-sucedida desde o primeiro ano em que se realizou a votação: em 2010, foi precisamente a capital portuguesa a vencer. Seguiu-se Copenhaga em 2011 e a vitória portuense em 2012. Segundo as regras, o destino vencedor num ano não entra na competição no ano seguinte.

O Porto está assim impedido de ganhar uma terceira “medalha” em 2015. Mas não está impedido de aproveitar, até ao tutano, o impacto, na sua promoção externa, desta dupla vitória. Mesmo sem os dados de Dezembro, no ano passado, a região tinha já ultrapassado os números de dormidas a que os associados da ATP se tinham proposto. Este ano a fasquia subiu 140 mil, para quase dois milhões e 500 mil dormidas, mas, muito provavelmente, o salto há-de ser maior. “No Porto ainda temos muito a dar ao mundo”, assegura Helena Gonçalves, considerando que outras distinções, na área do Turismo, se seguirão a esta.

O crescimento no sector tem sido sustentado, no lado da procura, com correspondente aumento do lado da oferta. Que vai ganhando prémios de hotelaria, como aconteceu, ainda há semanas, com vários hostels, muito bem classificados nos Hoscars. Entre eles estava o Tatva Design Hostel, de Himali Bacho. A jovem empresária de 35 anos, 13 de vida no Porto, considera que a cidade “merece muito este prémio”, pela “beleza, pelo romantismo, pela gastronomia e hospitalidade. O alojamento tem muita qualidade e cobre as várias gamas de clientes. Temos, na cidade, o pacote todo”, garante.

Himali já estava a divulgar ontem online o prémio ganho pelo Porto. E o mesmo acontecia com a ATP e com o Ribeira do Porto Hotel, o mais recente investimento no sector, na cidade. Poucos dias depois da inauguração, demonstradora da aposta de uma família que há anos se concentrava nos cruzeiros do Douro, Licínia Leite comentava, a partir de Espanha, que há “muitas condições” para crescer. Com “charme”, acreditam na empresa.

O mesmo parecem pensar as companhias aéreas, como a Europe Airpost, que chegou há dias a Pedras Rubras e alargou as rotas de e para o Porto, e operadores como a Vueling, a Transavia, a Ryanair ou a Flybe, que vão ter mais destinos este ano. Ou a British Airways, que regressará a este aeroporto com uma rota para Heathrow, Londres, a partir de 31 de Março.

Este incremento, associado aos prémios que este equipamento já recebeu, colocou já no fundo da história as críticas às centenas de milhões de euros investidos no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. O que a muitos pareceu faraónico – talvez um túmulo para enterrar dinheiro - revelou-se um dos investimentos mais estruturantes de uma revolução num sector, o do turismo, que está a aproveitar ao máximo os “charters” de turistas que aterram na região.

Ao Porto, garante Helena Gonçalves, chega gente para passar o fim-de-semana só por causa do boom da vida nocturna. Mas outras motivações atrairão tanto turista à cidade. “O Porto é muito mais que a comida, muito mais que a história, até mais do que as paisagens e o maravilhoso Douro, mais que o mar. O Porto é um destino vibrante, um destino que tem muito mais para oferecer aos viajantes", diz-nos o responsável dos European Best Destination.

Maximilien Lejeune, que se confessa "fã" da região, refere que "houve uma competição feroz este ano, entre localizações belíssimas" mas "todos concordarão que o Porto é realmente o destino que fará o maior avanço no turismo europeu". "Provavelmente, porque o Porto nunca perdeu, e mantém, a sua identidade, a sua alma", resume. E "provavelmente por causa do seu povo, do seu orgulho, da sua energia, do seu entusiasmo”, acrescenta.