"Beethoven japonês" confirma que não é completamente surdo

Mamoru Samuragochi confessou há dias que recorria a outro compositor para escrever as suas músicas. Esta semana, assume que não é totalmente surdo.

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Após a confissão da semana passada, o verdadeiro compositor das obras de Samuragochi, Takashi Nigaki, acentuou a polémica ao convocar uma conferência de imprensa onde revelou ter recebido cerca de 7 milhões de ienes (mais de 50 mil euros) para compor as músicas e procurou justificar a sua cumplicidade neste logro.

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Após a confissão da semana passada, o verdadeiro compositor das obras de Samuragochi, Takashi Nigaki, acentuou a polémica ao convocar uma conferência de imprensa onde revelou ter recebido cerca de 7 milhões de ienes (mais de 50 mil euros) para compor as músicas e procurou justificar a sua cumplicidade neste logro.

Mas Nigaki acrescentou nunca ter tido a impressão de que Samuragochi fosse surdo, uma vez que ouvia e comentava todas as composições encomendadas, o que veio aumentar as críticas nos media.
Pressionado pelas declarações de Nigaki, o músico veio esta quarta-feira confirmar os rumores de que não é completamente surdo, tornando-se de novo notícia nos principais meios de comunicação social internacionais.

Num comunicado de oito páginas redigido à mão, o "Beethoven japonês" diz ter sofrido de perda auditiva e garante que quando começou a pagar a Takashi Nigaki não tinha capacidades de audição. Mas acrescenta que terá recuperado alguma capacidade auditiva há três anos e que, sob certas condições, consegue agora acompanhar conversas. No entanto, e apesar desta melhoria, o músico reafirma ter sofrido de surdez total, o que contraria as afirmações de Nigaki.

Samuragochi pede desculpa “do fundo do coração por ter traído e magoado muita gente” e diz que pretende submeter-se a uma nova prova de audição, não vendo qualquer inconveniente em renunciar ao certificado de incapacidade expedido pelo Governo, caso os resultados revelem que não necessita dele.

Com 50 anos, Mamoru Samuragochi é conhecido no Japão pelos êxitos Hiroshima Symphony, um tributo às vítimas da bomba nuclear; pela banda sonora de alguns videojogos, entre os quais Resident Evil; e, por Sonatina for Violin, que o patinador artístico japonês Daisuke Takahashi planeia usar na sua exibição nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi. Segundo o Independent, o patinador nipónico também já se pronunciou quanto a toda esta polémica, numa conferência em Sochi, e disse ter ficado surpreso quando ouviu a notícia, mas que mantém a intenção de usar a música na sua actuação.

Ainda de acordo com o jornal britânico, um advogado de Samuragochi revela que o músico "sabe que não tem qualquer desculpa para o que fez" e que se encontra "mentalmente angustiado" pela decepção que provocou aos fãs.