Mais uma vítima

A primeira coisa que li sobre a morte de Philip Seymour Hoffman falava dele, logo no cabeçalho, como o actor dos dois Hunger Games e lamentava que ainda não tinham acabado as filmagens da terceira e da quarta prestação.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A primeira coisa que li sobre a morte de Philip Seymour Hoffman falava dele, logo no cabeçalho, como o actor dos dois Hunger Games e lamentava que ainda não tinham acabado as filmagens da terceira e da quarta prestação.

Quando se coloca Alec Guinness no Google, aparece logo o Star Wars. Por muito bons que sejam, os actores estão condenados a ser lembrados pelos piores filmes que fizeram. Guinness ainda teve tempo de dizer o que achava de Star Wars, mas Seymour Hoffman morreu sem poder desabafar publicamente.

Também não percebi a reacção das pessoas que ficaram chocadas por saber que era heroinómano um artista respeitado e trabalhador, casado e pai de duas filhas e um filho. A heroína é democrática e vicia toda a gente. Os toxicodependentes tanto podem ser grandes artistas como pobres arrumadores.

A heroína ganha quase sempre. É muito, muito difícil deixá-la. O grande Philip Seymour Hoffman, que conseguiu tantas coisas difíceis, está entre os que não conseguiram deixar a heroína.

Também não gostei que falassem dele – como fez Steve Coogan – como um character actor. Ele tanto era um leading actor como um character actor. Tanto era um actor's actor como um actor para todo o público. E tanto era um actor de teatro e de cinema como um verdadeiro movie star.

Era o meu actor preferido. Meu e de milhões de pessoas. Incrivelmente, estava a melhorar. Só ele sabia como.

Se é triste para nós, imagine-se como é e será para quem o conhecia e amava.