Restaurante que deu nome à "curva do Mónaco" vendido a espanhóis

Mítico espaço situado na Marginal que liga Lisboa a Cascais estava devoluto e degradado há anos.

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“O negócio foi fechado no ano passado com uma empresa espanhola, com actividade no ramo da hotelaria e de escritórios, por um valor abaixo do que era pedido [800 mil euros]” mas “acima dos 700 mil euros”, disse ao Negócios o agente imobiliário que mediou a venda, Luís Brízida, da Century 21 Alpha de Algés. Há três anos, segundo a mesma fonte, o espaço valeria dois milhões de euros.

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“O negócio foi fechado no ano passado com uma empresa espanhola, com actividade no ramo da hotelaria e de escritórios, por um valor abaixo do que era pedido [800 mil euros]” mas “acima dos 700 mil euros”, disse ao Negócios o agente imobiliário que mediou a venda, Luís Brízida, da Century 21 Alpha de Algés. Há três anos, segundo a mesma fonte, o espaço valeria dois milhões de euros.

O mítico espaço, que além de restaurante foi palco de festas frequentadas pelo jet-set lisboeta dos anos 1950 a 1970, está devoluto há alguns anos e em avançado estado de degradação. As paredes foram vandalizadas, as janelas arrancadas e no interior há entulho espalhado. Os antigos donos residem na América Latina e não tinham interesse em recuperar o restaurante, construído na década de 1940.

O terreno onde está instalado, com 1100 metros quadrados, estava à venda já há alguns anos e recebeu três propostas de aquisição, segundo o jornal: além da empresa espanhola, também um empresário nacional do ramo da restauração e uma empresa com sede no Panamá mostraram interesse.

A Câmara de Oeiras diz que não tinha conhecimento da conclusão do negócio e garante não ter recebido qualquer pedido de licenciamento, acrescentando que o espaço pode ter qualquer tipo de utilização.

Com o rio Tejo aos pés e fácil acesso para quem vinha de Lisboa, o restaurante tornou-se um ponto de paragem obrigatório nos primeiros anos, e um local de glamour frequentado pela aristocracia da capital. A zona onde está localizado ficou conhecida como “a curva do Mónaco”, onde se registaram inúmeros acidentes graves, numa altura em que não tinha ainda o separador central.

Depois de uma primeira fase de declínio, houve em 2008 uma tentativa de relançar o Mónaco. O empresário Luís Quaresma e a escola Dançarte, com a ajuda do chef Frederico Gama, reabriram o espaço, fazendo questão de manter os cenários. Na altura as obras realizadas foram as indispensáveis apenas para manter o património de charme associado ao espaço. Esta iniciativa de voltar a dar vida ao mítico restaurante Mónaco falhou e o espaço voltou a fechar as portas.