BCE: Inexistência de programas de resgate seria uma ameaça à zona euro

Para Mario Draghi, um cenário alternativo teria "implicado custos sociais e económicos muito mais elevados".

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Mário Draghi disse há um mês que o Banco Central Europeu estava preparado para agir YURI GRIPAS/reuters

As posições de Mario Draghi são assumidas por escrito, em respostas enviadas à delegação do Parlamento Europeu que está a avaliar a actuação da troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) nos países sob assistência económico-financeira.

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As posições de Mario Draghi são assumidas por escrito, em respostas enviadas à delegação do Parlamento Europeu que está a avaliar a actuação da troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) nos países sob assistência económico-financeira.

O líder da autoridade bancária considera que caso estes programas arquitectados pela Comissão Europeia, pelo BCE e o Fundo Monetário Internacional não existissem "teria provavelmente havido um cenário de colapso desordenado e uma grande turbulência económica na zona euro" e nos países com maiores problemas.

"Os sistemas bancários desses países ficariam provavelmente insolventes e seriam obrigados a deixar os mercados financeiros", afirma Draghi.

Para o presidente do BCE, um cenário alternativo teria "implicado custos sociais e económicos muito mais elevados" e "um efeito de contágio para outros Estados-membros" da moeda única.

Na missiva, Mario Draghi defende que os países sob resgate estão a alcançar resultados positivos e sublinha particularmente os exemplos de Portugal e Irlanda, referindo contudo que ao longo do processo se verificaram, no geral, algumas situações de "atraso ou resistências" que "tiveram impacto negativo na sua eficácia".

O líder do BCE identifica ainda os "interesses instalados, a incerteza política" ou "a falta de empenho nas reformas" como factores nocivos para o sucesso dos programas de assistência.

Draghi aponta a consolidação fiscal, a abertura de alguns sectores da economia, o aumento da eficiência da administração pública ou o combate à evasão fiscal e à corrupção como prioridades políticas essenciais para estes países.