Casa onde viveu Manoel de Oliveira classificada como Monumento de Interesse Público

O Governo classificou a Casa Manoel de Oliveira, na Rua da Vilarinha, Porto, como Monumento de Interesse Público, de acordo com uma portaria publicada esta quarta-feira no Diário da República (DR), que fixa também uma zona especial de protecção (ZEP).

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De acordo com a portaria do DR, "para além da relevância do promotor do projecto, que habitou a casa durante grande parte da sua vida", o imóvel está igualmente ligado "a grandes nomes do modernismo português".

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De acordo com a portaria do DR, "para além da relevância do promotor do projecto, que habitou a casa durante grande parte da sua vida", o imóvel está igualmente ligado "a grandes nomes do modernismo português".

José Porto foi o autor do projecto arquitectónico, Viana de Lima detalhou o projecto do interior e Cassiano Branco foi o responsável pelos seus espaços exteriores, pormenoriza o documento governamental, assinado no início da semana passada pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.

Os arquitectos Eduardo Souto de Moura, Gonçalo Ribeiro Telles e Alexandre Burmester estão também ligados ao imóvel, no âmbito das "alterações posteriores da casa e jardins".

Souto de Moura "traçou os campos de jogos, a piscina e o ginásio, Gonçalo Ribeiro Telles, [foi o] autor de um estudo dos jardins e Alexandre Burmester projectou a recuperação da casa, distinguida com o prémio [municipal] João de Almada", acrescenta a portaria.

Manoel de Oliveira encomendou aquele conjunto formado por habitação unifamiliar e jardins, tendo lá vivido durante 42 anos (entre 1940 e 1982).

A casa "está implementada na área mais elevada de um lote estruturado em plataformas, apresentando dois pisos confinantes com a Rua da Vilarinha e três voltados para o jardim", lê-se na portaria, que acrescenta ainda que "a planta articula dois corpos rectangulares através de um corpo central em forma de leque, cujas superfícies curvas e orgânicas contrastam com a linearidade dos volumes externos, um deles encimado por terraços".

As comemorações para assinalar no Porto o aniversário do mais velho realizador do mundo, Manoel de Oliveira, têm o seu ponto alto hoje, dia em que cumpre 105 anos de idade. O programa inclui a inauguração, no Museu Nacional da Imprensa, da exposição Manoel de Oliveira. 105 Revistas, um momento que deverá contar com a presença do realizador.

Ao final do dia, o realizador deverá marcar também presença no lançamento de uma peça de porcelana da Vista Alegre, com motivos do filme Aniki-Bóbó.