CGTP e UGT vão continuar a unir esforços no terreno e não afastam cenário de greve geral

As duas centrais sindicais poderão recorrer a Cavaco Silva.

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Os líderes das centrais sindicais deixam nas mãos dos sindicatos de cada sector decidir se há objectivos comuns José Sarmento Matos/arquivo

No imediato, os líderes das centrais sindicais apostam naquilo a que chamam “unidade da acção”, ou seja, deixam nas mãos dos sindicatos de cada sector decidir se há objectivos de luta comuns que justifiquem greves ou manifestações conjuntas. Tanto Carlos Silva, secretário-geral da UGT, como Arménio Carlos, líder da CGTP, consideram que essa união da base para o topo tem dado frutos e, por isso, é para manter. Foi isso que aconteceu nas greves das transportadoras públicas e ontem na função pública. No sábado, o reflexo disso vai ver-se em Lisboa, numa concentração marcada pelos sindicatos dos transportes das duas centrais e que encerrará a quinzena de greves no sector.

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No imediato, os líderes das centrais sindicais apostam naquilo a que chamam “unidade da acção”, ou seja, deixam nas mãos dos sindicatos de cada sector decidir se há objectivos de luta comuns que justifiquem greves ou manifestações conjuntas. Tanto Carlos Silva, secretário-geral da UGT, como Arménio Carlos, líder da CGTP, consideram que essa união da base para o topo tem dado frutos e, por isso, é para manter. Foi isso que aconteceu nas greves das transportadoras públicas e ontem na função pública. No sábado, o reflexo disso vai ver-se em Lisboa, numa concentração marcada pelos sindicatos dos transportes das duas centrais e que encerrará a quinzena de greves no sector.

O investigador do ISCTE Alan Stoleroff não tem dúvidas de que “a unidade do movimento sindical” é fundamental para pressionar a mudança de políticas. Mas não é suficiente e os sindicatos têm que se aliar à esquerda para construírem uma alternativa credível e para se unirem contra as políticas que vêm sendo seguidas. Além disso, os próprios sindicatos têm que sair da sua zona de conforto e aproximar-se dos trabalhadores, convocando-os para a “luta”.

Mas se, no terreno, a estratégia das centrais sindicais é convergente, ao nível das cúpulas o plano de acção tem focos diferentes. A CGTP já marcou uma manifestação para 26 de Novembro, dia em que o Parlamento vota a versão final do OE. “A estratégia da CGTP há muito que foi definida e vai passar pela marcação de lutas com objectivos concretos no terreno até 26 de Novembro”, precisa Arménio Carlos ao PÚBLICO. Nesse dia, haverá manifestações em Lisboa e nas várias capitais de distrito e greves, que podem ser conjuntas, onde tal se justificar.

“Neste momento, mais do que fazer toda a luta num dia, decidimos fazer a luta em vários dias. Esta estratégia parece-nos a mais adequada”, adianta. Contudo, não exclui que, mais à frente, se realize uma greve geral: “É uma hipótese que está sempre em cima da mesa.”

No imediato, a UGT não coloca tal cenário. Mas também não o afasta. Tudo depende da abertura do Governo para o diálogo. O primeiro passo será dado na próxima quarta-feira, durante a reunião do primeiro-ministro com os parceiros sociais para discutir o OE. “Vamos aguardar até à votação final do Orçamento do Estado. Precisamos de perceber a disponibilidade do Governo para incluir as nossas propostas no documento e avaliar a disponibilidade dos trabalhadores para outras formas de luta”, justifica Carlos Silva.