A crise não abranda as vendas de bacalhau

Riberalves aumentou exportações na ordem dos 500% nos últimos cinco anos. O mercado nacional cresceu 4% nos primeiros seis meses do ano.

As espinhas do bacalhau podem ser transformadas em pó de hidroxiapatite Rui Soares

As perspectivas para o Natal são, por isso, animadoras. “O bacalhau está com um preço bastante competitivo e as expectativas são as melhores. É uma tradição que os portugueses não vão perder”, diz ao PÚBLICO, acrescentando que em cada 100 casas, 85 consumiram bacalhau no último ano. “Se compararmos, por exemplo com a Coca-Cola, que está presente em 55% dos lares, a penetração é maior”, afirma. O segundo semestre representa, em média, cerca de 60% das vendas totais.

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As perspectivas para o Natal são, por isso, animadoras. “O bacalhau está com um preço bastante competitivo e as expectativas são as melhores. É uma tradição que os portugueses não vão perder”, diz ao PÚBLICO, acrescentando que em cada 100 casas, 85 consumiram bacalhau no último ano. “Se compararmos, por exemplo com a Coca-Cola, que está presente em 55% dos lares, a penetração é maior”, afirma. O segundo semestre representa, em média, cerca de 60% das vendas totais.

A queda no consumo privado, notada em quase todos os produtos alimentares, parece ser uma excepção no caso do bacalhau. Ricardo Alves diz que os portugueses estão a comer mais este peixe, importado da Noruega, Islândia, Canadá ou Estados Unidos (a Riberalves compra 50% do bacalhau que é vendido pela Islândia a Portugal). “Estamos a ganhar clientela e consumidores. Cada português consome, em média, sete quilos de produto acabado”, resume.

Para captar mais consumidores, a empresa vai investir numa campanha em parceria com o chef José Avillez e promover o seu bacalhau demolhado. Os valores do investimento não foram divulgados, mas esta é a primeira vez que a Riberalves planeia uma campanha a três anos e se associa a uma figura pública. “O bacalhau congelado e demolhado não era associado a nenhuma marca até há 10 ou 13 anos. Mas veio abrir novos mercados”, sublinha.

Nos últimos cinco anos, as vendas para o estrangeiro aumentaram uns expressivos 500% e já valem 45% das vendas (em 2011 o peso das exportações era de 35%), o equivalente a cerca de 60 milhões de euros. “O Brasil é o mercado número um a seguir a Portugal”, adianta Ricardo Alves.

Em 2012, a empresa vendeu 29.500 toneladas de produto e obteve um volume de negócios de 136,8 milhões de euros, uma subida de 7,4% em relação a 2011. No total, emprega 400 trabalhadores em Portugal e 50 espalhados pelo mundo em estruturas comerciais.

Além da produção de bacalhau, o Grupo Riberalves detém a Novo Dia Cafés e a Riberalves imobiliária. O projecto mais recente é o da Adega Mãe, em Ventosa, Torres Vedras. A empresa foi fundada e é liderada por João Alves, que aos 26 comprou ao sogro a Garrafeira do Oeste. Já antes comercializava bacalhau na mercearia do pai em São Pedro da Cadeira e foi neste produto que se especializou.