Festival de Toronto dá prémio máximo a 12 Years a Slave de Steve McQueen

Evento ganha projecção internacional e assinala frequentemente favoritos para os Óscares.

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O britânico Chiwetel Ejiofor interpreta o homem livre tornado escravo Solomon Northup DR

12 Years a Slave baseia-se no livro de memórias de Solomon Northup, que data de 1853, e é, segundo o realizador de Fome (2008) e Vergonha (2011), “simplesmente uma daquelas histórias que senti que tinham de ser contadas”, como disse McQueen à agência Reuters sobre a história passada nos anos 1840. “Cada página era uma revelação”, acrescentou à AFP. Solomon Northup (interpretado por Chiwetel Ejiofor) era um jovem negro nascido no estado de Nova Iorque e foi raptado, em 1841, para ser transformado em escravo numa plantação de algodão no estado de Louisiana, onde trabalhou durante 12 anos.

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12 Years a Slave baseia-se no livro de memórias de Solomon Northup, que data de 1853, e é, segundo o realizador de Fome (2008) e Vergonha (2011), “simplesmente uma daquelas histórias que senti que tinham de ser contadas”, como disse McQueen à agência Reuters sobre a história passada nos anos 1840. “Cada página era uma revelação”, acrescentou à AFP. Solomon Northup (interpretado por Chiwetel Ejiofor) era um jovem negro nascido no estado de Nova Iorque e foi raptado, em 1841, para ser transformado em escravo numa plantação de algodão no estado de Louisiana, onde trabalhou durante 12 anos.

Fassbender interpreta um esclavagista brutal e o filme, que também conta com Brad Pitt no papel de um abolicionista (e como co-produtor), será, tal como os anteriores projectos de McQueen, uma experiência visceral de cinema – a agência AFP descreve que 12 Years a Slave suscitou diferentes reacções, desde ovações em pé até à saída de espectadores antes do final do filme devido ao retrato cru da violência exercida sobre os escravos. “A força desta história reside no facto de ser contada na primeira pessoa. É um dom do passado. Não fala de raça mas de dignidade humana, das nossas liberdades”, explica Chiwetel Ejiofor à agência francesa de notícias.

Nesta 38.ª edição do Festival de Toronto, foram também premiados o documentário The Square, de Jehane Noujaim, sobre os activistas egípcios que em 2011 se movimentaram na Praça Tahrir e lutaram pela democracia, mas também pelo poder, após a queda de Hosni Mubarak do poder, e o filme japonês Why Don’t You Play in Hell, de Sion Sono, na secção Midnight Madness, dedicada ao cinema de horror ou experimental. Os prémios da Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica (Fipresci) foram para Los insólitos peces gato, da realizadora mexicana Claudia Sainte-Luce, e Ida, de Pawel Pawlikowski.

O Festival de Toronto perfila-se hoje, perto do seu 40.º aniversário, como um dos mais importantes eventos do sector em todo o mundo. Tem um formato especial em comparação com os veteranos Veneza, Berlim ou Cannes, visto que não existe uma secção oficial de competição, podendo o público escolher entre os 366 filmes do festival, dos quais 146 estreias mundiais. As suas escolhas têm tido o condão de prever ou antecipar prémios mais importantes ou de cimentar a sorte dos seus vencedores nos circuitos de distribuição internacionais – foi o caso de O Discurso do Rei (2010), Beleza Americana (1999), Momentos de Glória (1981), Quem Quer Ser Bilionário (2008)ou Guia para um Final Feliz (2012), vencedores de óscares em diferentes categorias.