Maquinista recusa-se a prestar declarações à polícia

Condutor do comboio que descarrilou na Galiza só fala na presença de um advogado. Príncipes das Astúrias visitaram os feridos esta tarde.

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Francisco José Garzón, de 52 anos, está sob custódia num hospital da capital da Galiza, sendo acusado pela polícia de "imprudência", um "delito relacionado com a responsabilidade no acidente", segundo o chefe da polícia local, Jaime Iglesias.

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Francisco José Garzón, de 52 anos, está sob custódia num hospital da capital da Galiza, sendo acusado pela polícia de "imprudência", um "delito relacionado com a responsabilidade no acidente", segundo o chefe da polícia local, Jaime Iglesias.

O presidente da Administração de Infraestruturas Ferroviárias (Adif) de Espanha, Gonzalo Ferre, disse nesta sexta-feira que o maquinista deveria ter começado a travar a composição quatro quilómetros antes da zona onde ocorreu o acidente.

Em entrevista à agência Efe, o responsável afirmou que "à saída do túnel, [o comboio] tem de ir a 80 km/h", pelo que a indicação de travagem terá chegado ao maquinista quatro quilómetros antes da curva de A Grandeira.

Ferre garante que todos os sistemas de segurança funcionaram sem falhas: "O lógico e o normal é que o condutor nunca vá a uma velocidade acima da permitida". O mesmo responsável garante que nunca foi detectado nenhum problema, porque "há controlos apertados de velocidade e, se acontece alguma coisa, a licença é retirada".

Como responsável pelo traçado da linha, o presidente da Adif disse que a curva onde ocorreu o acidente "não é perigosa". "Se se respeitar o limite de velocidade, não existe nenhum traçado perigoso", disse.

Por seu lado, o presidente da empresa Renfe, Julio González Pomar, salientou que o descarrilamento "não é um acidente da alta velocidade espanhola", já que "não aconteceu numa via de alta velocidade e não aconteceu num comboio de alta velocidade [o Alvia é um comboio híbrido]", pelo que não se aplica o termo "acidente com um comboio de alta velocidade".

Os príncipes das Astúrias, Felipe e Letízia, iniciaram esta sexta-feira à tarde uma visita aos feridos do acidente, no Complexo Hospitalar Universitário de Santiago, um dia depois da visita dos reis de Espanha.