Fernando Seara compromete-se para mandato de oito anos em Lisboa

Cavaco Silva arriscou e será sancionado caso o compromisso de salvação nacional não chegue a bom porto, defende o social-democrata.

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Actual autarca de Sintra promete estar em Lisboa com "dois pés" José Sarmento Matos

O social-democrata e actual presidente de Sintra deixou um recado político implícito para o principal adversário na corrida para Lisboa. Sem referir o nome do socialista António Costa, afirmou: "O nosso desafio para Lisboa são oito anos e não são quatro, porque eu quero estar com os dois pés em Lisboa nos próximos oito anos. Eu não estou disponível para estar com os dois pés em Lisboa só nos próximos dois anos".

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O social-democrata e actual presidente de Sintra deixou um recado político implícito para o principal adversário na corrida para Lisboa. Sem referir o nome do socialista António Costa, afirmou: "O nosso desafio para Lisboa são oito anos e não são quatro, porque eu quero estar com os dois pés em Lisboa nos próximos oito anos. Eu não estou disponível para estar com os dois pés em Lisboa só nos próximos dois anos".

Seara, que manifestou "tranquilidade total, citando Paulo Bento", sobre o processo judicial que envolve a sua candidatura à camara da capital e sobre uma futura decisão do Tribunal Constitucional, disse estar "convicto e seguro" da posição jurídica que defende que o limite três de mandatos autárquicos é apenas territorial.

"Para a semana vamos apresentar medidas concretas para todos conhecerem os nossos propósitos e anseios para Lisboa. Para mim, ficam as dificuldades", disse Seara. O actual autarca de Sintra prometeu reabilitar o Parque Mayer e a Feira popular de Lisboa, como "símbolos" da cidade.

Para a inauguração da sua sede de candidatura, Seara contou com a presença do secretário-geral do PSD, Matos Rosa, da vice-presidente do partido, Teresa Leal Coelho,  e dos vice-presidentes da distrital de Lisboa do CDS, Orísia Roque e João Gonçalves Pereira, também presidente da concelhia de Lisboa.

Questionado sobre o processo negocial em curso entre os três partidos do arco da governação com o objectivo de um compromisso de salvação nacional, conforme pedido pelo Presidente da República na semana passada, Seara vaticinou que "quem não participar activamente no acordo será sancionado pelo eleitorado". 

“É evidente que cada um tem de ceder em alguns dos seus aspectos essenciais”, defendeu.

O social-democrata é também da opinião que Cavaco Silva "arriscou" ao assumir este "protagonismo" e também será "sancionado" caso o acordo não chegue a bom porto. "Deve haver o acordo, é uma questão de responsabilidade e quem jogar no mero tacticismo político, não é um político com muito futuro", rematou Fernando Seara.