Alunos impedidos de realizar o exame em Viana entregam abaixo-assinado

“Só por termos um nome acima da letra J, não fizemos o exame”, protestou uma estudante. “Já liguei à minha mãe, a reclamar do nome que me escolheu.”

“Só por termos um nome acima da letra J, não fizemos o exame. Sentimo-nos injustiçados”, desabafou ao PÚBLICO Sónia Barreiros, uma das autoras do abaixo-assinado.

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“Só por termos um nome acima da letra J, não fizemos o exame. Sentimo-nos injustiçados”, desabafou ao PÚBLICO Sónia Barreiros, uma das autoras do abaixo-assinado.

“Já liguei à minha mãe, a reclamar do nome que me escolheu. Quando tiver filhos, vão ter nomes com a primeira letra do abecedário para prevenir”, ironizou. Aluna externa, Sónia exigiu “igualdade” de tratamento relativamente aos estudantes que realizaram o exame, temendo por maior dificuldade no próximo, já marcado para 2 de Julho, data escolhida para o novo exame.

Opinião partilhada por Manuel Rodrigues, de 60 anos, outro dos autores do documento de protesto. “Sinto-me insatisfeito com a injustiça que nos fizeram. Exigimos que seja restituída a igualdade”, sustentou o aluno externo da escola de Monserrate.

O descontentamento vertido para o documento mereceu o apoio de alunos do ensino regular. Nádia Gonçalves, de 19 anos, diz-se “injustiçada”. “Acho que, se fizesse este exame, ia tirar boa nota. Devia ser um exame igual para todos. No fundo, vamos acabar por ficar todos prejudicados com isto”, adiantou, revoltada.

Já Sónia Barreiros, de 22 anos, diz ter ficado surpreendida por não ter conseguido realizar a prova por falta de professores. “Até à última, tive a expectativa de que ia fazer o exame. Estávamos à espera, quando chegam à primeira sala do nosso corredor e dizem que temos de ir embora, porque não vai haver exame para nós. É injusto”, sustentou a aluna da maior escola secundária do distrito de Viana do Castelo, com 1365 alunos.

Na outra secundária da cidade, a de Santa Maria Maior, dos 251 alunos inscritos, nenhum realizou o exame, porque apenas dois professores não aderiram à greve. Como um é de Português, não podia vigiar a prova. A direcção da escola informou os alunos que, por falta de condições, os exames não se realizavam. Ao todo, foram convocados 175 professores do agrupamento, que estavam concentrados à porta da escola pelas 8h00. A escola tem um total de 900 alunos, contando com os dos cursos profissionais.