Alunos de Viseu nervosos com o exame e a "instabilidade"

Na secundária Alves Martins, mais de 200 alunos impossibilitados de fazer o exame protestaram de forma ruidosa junto aos portões da escola.

Metade dos seus colegas (220) não a fizeram e, em protesto, concentraram-se à entrada dos portões da escola, manifestando em voz alta o seu desagrado. "Houve alturas em que estava mais concentrada no barulho cá de fora do que propriamente no exame, que até achei fácil", dizia no final da prova a aluna, admitindo que toda a "instabilidade" gerada a deixou nervosa. "Isto é uma grande injustiça. Para nós, que fizemos os exames, porque toda a confusão vai influenciar a nota, e para os outros, que o não fizeram", desabafava.

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Metade dos seus colegas (220) não a fizeram e, em protesto, concentraram-se à entrada dos portões da escola, manifestando em voz alta o seu desagrado. "Houve alturas em que estava mais concentrada no barulho cá de fora do que propriamente no exame, que até achei fácil", dizia no final da prova a aluna, admitindo que toda a "instabilidade" gerada a deixou nervosa. "Isto é uma grande injustiça. Para nós, que fizemos os exames, porque toda a confusão vai influenciar a nota, e para os outros, que o não fizeram", desabafava.

Alguns dos alunos que foram confrontados com a impossibilidade de realizar a prova mantiveram-se à porta da escola como forma de mostrar a sua indignação, mas também à procura de explicações. "Temos algumas dúvidas. Primeiro, quando vamos fazer a prova de Português? Segundo, se o grau de dificuldade vai ou não ser o mesmo; e, terceiro, quem sai prejudicado com toda esta confusão", questiona Gonçalo Domingos.

Para o jovem estudante, nem que houvesse uma só sala sem exame "ninguém o deveria fazer". Uma ideia igualmente defendida pelo seu colega Francisco Morais que, além de questionar o critério sobre os que foram escolhidos e os preteridos, pergunta se não teria sido "mais útil" um acordo entre Governo e sindicatos para a alteração da data da prova. "Todos vamos sair prejudicados", conclui.

"Ninguém sai a ganhar e o Governo não está a defender nenhum direito, nem dos alunos, nem dos professores", observa João Almeida, cuja preocupação, agora, é saber como vai conciliar a agenda escolar com os restantes exames e a fase das candidaturas ao ensino superior.

Na Escola Secundária Alves Martins, dos 569 alunos inscritos para o exame, 220 ficaram de fora. Ao serem informados de que tinham de abandonar as instalações, alguns ainda tentaram resistir, mas acabaram por se retirar, mantendo-se do lado de fora dos portões sob vigilância da PSP.

Nas duas restantes escolas secundárias da cidade — Viriato e Emídio Navarro —, os exames decorreram dentro da normalidade, depois das primeiras horas da manhã terem sido de expectativa.