Ministro da Justiça brasileiro critica actuação da polícia nos protestos em São Paulo
José Eduardo Cardozo diz que houve violência sem justificação.
“Pelo que vi houve excesso de violência da Polícia Militar de São Paulo e a prova mais cabal é que a Secretaria de Segurança Pública abriu sindicância para investigar e apurar. Antes, não foi feito isso. À primeira vista, me pareceu que houve uma violência sem justificativa. A violência é inaceitável, parta ela de qualquer lado que for. Na quarta-feira, critiquei os manifestantes que agiram com actos de vandalismo”. disse o ministro, citado pelo Globo.
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“Pelo que vi houve excesso de violência da Polícia Militar de São Paulo e a prova mais cabal é que a Secretaria de Segurança Pública abriu sindicância para investigar e apurar. Antes, não foi feito isso. À primeira vista, me pareceu que houve uma violência sem justificativa. A violência é inaceitável, parta ela de qualquer lado que for. Na quarta-feira, critiquei os manifestantes que agiram com actos de vandalismo”. disse o ministro, citado pelo Globo.
Também nesta sexta-feira o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, resolveu convocar o Movimento Passe Livre, que tem organizado os protestos, para uma reunião na próxima semana, na terça-feira, avança a Folha de São Paulo.
O prefeito (equivalente a presidente da Câmara, em Portugal) quer ouvir as propostas dos manifestantes, embora diga que a reunião não significa que vá reduzir o preço das tarifas de transportes.
A polícia brasileira deteve pelo menos 235 pessoas no quarto dia de protestos, numa semana, contra o aumento do preço dos transportes públicos em São Paulo. Há informações sobre dezenas de feridos, sete deles jornalistas da Folha de São Paulo.
Os confrontos, na quinta-feira, começaram quando a Polícia Militar procurou impedir cerca de 5000 manifestantes, que desfilavam em protesto contra o aumento do preço dos autocarros, de chegarem à Avenida Paulista, a principal artéria da cidade, onde lojas foram vandalizadas na terça-feira. Seguiu-se uma "noite de caos", segundo o diário brasileiro.
O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo veio defender a actuação das autoridades. Segundo o coronel Benedito Roberto Meira, a Polícia Militar só disparou balas de borracha em resposta aos ataques dos manifestantes, que terão apedrejado as autoridades. "A polícia tem o papel constitucional de manter a ordem pública. Quando essa ordem for rompida, precisamos agir. Não foi a polícia quem quebrou a ordem, foram os manifestantes", argumentou o comandante-geral citado pela edição online da Folha de São Paulo.
O coronel Meira acusa os manifestantes de terem desrespeitado o acordo firmado para abandonarem a Avenida Paulista e de terem lançado sobre a polícia pedras e morteiros.
Notícia actualizada às 08h24: acrescenta declarações do comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo sobre a actuação das autoridades.