Bruxelas diz “sim” à fusão da Penguin e da Random House

Decisão da Comissão Europeia é mais um passo na criação daquele que poderá ser o maior grupo editorial do mundo

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O acordo de fusão foi anunciado em Outubro do ano passado AFP/JOHN MACDOUGALL

Segundo a Comissão, “a operação não coloca problemas de concorrência, nomeadamente porque a entidade resultante da fusão continuará a enfrentar vários concorrentes poderosos”.

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Segundo a Comissão, “a operação não coloca problemas de concorrência, nomeadamente porque a entidade resultante da fusão continuará a enfrentar vários concorrentes poderosos”.

A criação da Penguin Random House (assim se chamará o novo gigante no qual a Bertelsmann ficará com 53% e a Pearson com 47%) tem como um dos principais objectivos responder aos desafios do digital e competir com as rivais Amazon e Apple. Além, disso, juntos, os dois grupos terão maior capacidade de entrar em mercados emergentes, como o brasileiro. <_o3a_p>

O acordo de fusão foi anunciado em Outubro do ano passado, obteve luz verde do Departamento de Justiça norte-americano há cerca de dois meses, mas aguardava-se ainda a tomada de posição da Comissão Europeia. Depois do “sim” de Bruxelas, as autoridades para a concorrência da China e do Canadá têm ainda que se pronunciar sobre a fusão. <_o3a_p>

A Reuters recorda que a Random House, que é a maior editora nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, conheceu recentemente um enorme sucesso com a publicação da trilogia As Cinquenta Sombras de Grey, de E.L. James, mas representa também outros autores de best-sellers como Dan Brown, John Grisham, Danielle Steel, Nigella Lawson e Ian McEwan. Quanto à Penguin, ocupa o segundo lugar no mundo da edição nos Estados Unidos e o terceiro na Grã-Bretanha, com autores como Zadie Smith, Patrícia Cornwell, Tom Clancy, Anthony Beevor e Jamie Oliver. <_o3a_p>

Os especialistas do sector editorial admitem que a Penguin Random House possa representar cerca de um quarto das vendas mundiais de livros em língua inglesa. Mas também os livros em língua espanhola e portuguesa estão abrangidos pelo acordo de fusão, já que a Penguin Random House incluirá as divisões da Random House em Espanha e na América Latina, e a Penguin adquiriu em 2011 45% da mais prestigiada editora brasileira, a Companhia das Letras. <_o3a_p>