Eurogrupo reúne-se esta segunda-feira para discutir alívio dos prazos a Portugal

Os parceiros europeus vão discutir o alívio da carga nos custos de financiamento de Portugal e da Irlanda.

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A discussão de hoje sobre o alargamento dos prazos não será definitiva Georges Gobet/AFP

Em Janeiro, Portugal e Irlanda pediram o alargamento dos prazos para o reembolso destes empréstimos, por considerarem que a agenda de reembolso se encontrava demasiado pesada. Os pedidos dirigem-se aos fundos comunitários – Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF) – que representam uma fatia importante dos custos de financiamento dos dois países nos próximos anos.  

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Em Janeiro, Portugal e Irlanda pediram o alargamento dos prazos para o reembolso destes empréstimos, por considerarem que a agenda de reembolso se encontrava demasiado pesada. Os pedidos dirigem-se aos fundos comunitários – Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEEF) – que representam uma fatia importante dos custos de financiamento dos dois países nos próximos anos.  

De acordo com contas feitas pelo Jornal de Negócios, Portugal tem de reembolsar cerca de 7250 milhões de euros em empréstimos europeus em 2016, parte de um bolo total de 17 mil milhões de euros em empréstimos que terá de amortizar só nesse ano. Para 2021, a quantia total sobe para 21 mil milhões de euros em empréstimos, dos quais 11,35 mil milhões são dirigidos aos fundos comunitários.

Para além do alargamento dos prazos de reembolso dos empréstimos, os parceiros europeus devem discutir igualmente o desempenho económico e orçamental português. Nesta discussão entrará em jogo o pedido de mais um ano para a redução do défice orçamental abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB), actualmente agendada para 2014.

Até ao momento, os credores internacionais mostraram-se receptivos quer ao alargamento das maturidades dos empréstimos a Portugal, quer à flexibilização das metas de ajustamento orçamental. A contribuir para esta “predisposição positiva”, como afirmou um alto responsável do Eurogrupo à agência Lusa, está o facto de a recessão se ter agravado mais do que era antecipado.

Em  todo o caso, não se espera nenhuma decisão definitiva da reunião desta segunda-feira do Eurogrupo. Haverá, sim, um “debate de orientação” acerca dos moldes em que podem surgir o alívio dos custos de financiamento e das metas de reestruturação orçamental para Portugal, ainda que o cenário do alargamento das maturidades dos empréstimos seja o cenário mais provável, assegurou a mesma fonte à Lusa. 

Portugal encontra-se mais à vontade no pedido do alargamento dos prazos do que a Irlanda, cujo programa de ajustamento termina no final de 2013.