Relvas acusa oposição de ser “treinadora de bancada” na reforma do Estado

Ministro diz que Portugal tem de fazer escolhas difíceis e que o PS se coloca à margem de uma discussão de elevada importância para as próximas gerações.

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Miguel Relvas: "O que pensa o PS sobre o custo e a dimensão do Estado português? Não sabemos e não vamos saber" Nuno Ferreira Santos

“Infelizmente, a oposição escolheu ficar no exterior do debate e finge que é treinadora de bancada”, afirmou Miguel Relvas.

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“Infelizmente, a oposição escolheu ficar no exterior do debate e finge que é treinadora de bancada”, afirmou Miguel Relvas.

O ministro falava no encerramento da interpelação do BE ao Governo, no Parlamento. Relvas argumentou que “Portugal precisa de fazer escolhas difíceis, mas o PS coloca-se à margem, como se não fosse um assunto também da sua responsabilidade”, e, “em resultado do bloqueio da oposição, a Assembleia não discute uma questão de elevada importância para as próximas gerações”.

“O que pensa o PS do equilíbrio entre impostos e políticas sociais? Não sabemos e não vamos saber. O que pensa o PS sobre o conteúdo mais adequado do Estado social? Não sabemos e não vamos saber”, afirmou. “O que pensa o PS sobre o custo e a dimensão do Estado português? Não sabemos e não vamos saber. O que pensa o PS do futuro pós-troika? Não sabemos e não vamos saber”, acrescentou.

Na intervenção de encerramento da interpelação do BE ao Governo, o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, lamentou a ausência de respostas por parte do Governo, nomeadamente do ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, a quem chamou de “ministro da propaganda”.

“O Governo entrou mudo e saiu calado naquilo que é o essencial: o relatório do FMI”, afirmou. Para Pedro Filipe Soares, este relatório do Fundo Monetário Internacional reflecte o “preconceito” do Governo, segundo o qual os desempregados “só não trabalham porque não querem”. O líder da bancada bloquista reiterou que mais de metade dos desempregados não têm subsídio de desemprego e que o Governo corta aqueles “a quem mais falta faz e não corta a quem devia cortar”.