BE: Estamos “num atoleiro” e temos de falar sobre a “espiral recessiva”

Reacção às previsões do Banco de Portugal de que 2013 terá uma recessão maior que a prevista – quase o dobro do previsto pelo Governo e pela troika.

“Temos, de uma vez por todas, de ter uma conversa sobre um tema que nem sequer foi trazido ao debate político pela esquerda, mas que hoje está na ordem do dia, que é a questão da espiral recessiva”, declarou a deputada e dirigente do BE Ana Drago aos jornalistas no Parlamento.

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“Temos, de uma vez por todas, de ter uma conversa sobre um tema que nem sequer foi trazido ao debate político pela esquerda, mas que hoje está na ordem do dia, que é a questão da espiral recessiva”, declarou a deputada e dirigente do BE Ana Drago aos jornalistas no Parlamento.

“Estamos num atoleiro, sem qualquer capacidade de transformar o nosso perfil económico e a nossa capacidade de crescimento, com um Governo que apenas está determinado em fazer cortes de tal maneira que são absolutamente desastrosos para a nossa capacidade de crescimento económico”, acrescentou.

De acordo com o BE, a queda do produto neste ano, que o Banco de Portugal prevê agora que seja de 1,9%, será ainda mais agravada pelos cortes adicionais na despesa pública que o Governo PSD/CDS-PP pretende fazer.

“Estamos provavelmente a falar de uma queda acumulada muito superior”, sustentou Ana Drago, referindo que “o Banco de Portugal teve apenas em consideração as medidas que foram apresentadas no Orçamento do Estado”.

Ana Drago descreveu desta forma a situação da economia portuguesa: “Há uma contracção tal do que é o consumo interno, uma estagnação das nossas exportações, que há esta sensação de sufoco, em que a economia portuguesa agrava a sua queda, agrava a sua capacidade de criar riqueza. E, portanto, vamos ter um aumento do desemprego sem que haja no horizonte qualquer perspectiva.”

Segundo a deputada do BE, está à vista o resultado da actuação do Executivo: “O Governo há dois anos que nos vem prometendo que, se for implementado um conjunto de reformas, isto vai melhorar, e à medida que as previsões se vão sucedendo, elas são sempre para pior”, apontou.