Fábrica Confiança vai custar 3,5 milhões à Câmara de Braga

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Autarquia quer criar hostel e museu da Confiança na antiga fábrica NÉLSON GARRIDO

Município chegou a acordo com o proprietário do imóvel e conseguiu um negócio mais favorável do que a expropriação

A história da compra da antiga fábrica de sabonetes Confiança pela Câmara de Braga acaba de ganhar mais um capítulo. Quando o processo de expropriação estava praticamente concluído, a autarquia chegou a um novo acordo com o proprietário do edifício. Afinal, a câmara vai comprar o imóvel pelo valor que estava estabelecido no início do processo: 3,5 milhões de euros. O erário municipal poupa assim 100 mil euros em relação ao valor fixado pelo tribunal para a expropriação.

A empresa Urbinews e a autarquia vão assinar nos próximos dias a escritura que oficializa a venda da Confiança, pondo fim a um processo polémico que se arrasta há quase um ano e meio e que teve várias reviravoltas.

O novo contrato prevê que a Câmara de Braga pague à Urbinews 3,5 milhões de euros em duas prestações. A primeira será liquidada no momento da celebração da escritura, a segunda deverá ser paga em Maio, quando o dinheiro proveniente do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) já tiver dado entrada nos cofres municipais. Deste modo, a autarquia tanto consegue uma modalidade de pagamento mais favorável como um preço mais baixo pela antiga fábrica.

Com este negócio, a Câmara de Braga poupa cerca de 100 mil euros em relação ao valor que decorria da intervenção do tribunal, na sequência do processo de expropriação do imóvel lançado, no início do ano, pelo município. A autarquia já tinha feito aprovar a declaração de utilidade pública do edifício, estando o processo de arbitragem em curso.

O proprietário da fábrica não tinha contestado o valor apurado, pelo que o processo de expropriação parecia estar em vias de conclusão.

O valor agora decidido é igual ao que tinha sido acordado numa negociação conduzida pelo vice-presidente da câmara, o socialista Vítor Sousa, e pelo líder da coligação PSD-CDS, na oposição, Ricardo Rio. Mas a Urbinews decidiu desistir do negócio, depois de este se ter tornado polémico. O Bloco de Esquerda chegou a apresentar uma contra-avaliação, segundo a qual a Confiança devia custar à câmara, no máximo, 1,2 milhões de euros.

Com este regresso à situação inicial, a autarquia fica mais próxima de concretizar o objectivo de recuperar o imóvel, para ali instalar um hostel e áreas de comércio e restauração, bem como um museu destinado a perpetuar a memória da Confiança, uma unidade industrial histórica na cidade.

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