A diferença está no preço

Foto

O Skoda Citigo é um irmão gémeo do Volkswagen up! e do Seat Mii - três variantes do mesmo citadino do grupo Volkswagen, cuja maior diferença entre elas reside na marca e no preço. E é neste pormenor que o Citigo tem vantagem. João Palma (texto) e Nuno Ferreira Santos (fotos)

São carros idênticos, com ligeiras diferenças no visual, no emblema que ostentam e no preço. Skoda Citigo, Volkswagen up! e Seat Mii são três faces de um citadino saído da mesma linha de montagem da fábrica de Bratislava do grupo Volkswagen. Com as mesmas características dos seus irmãos gémeos, o Citigo é mais barato, até no equipamento opcional. Curiosamente, apesar de a fábrica eslovaca estar mais vocacionada para produzir carros da Skoda, o Citigo foi a última versão do citadino a ser lançada.

O Skoda Citigo, tal como os seus irmãos, traz um motor tricilíndrico a gasolina de 999cc, com 2 variantes, 60cv e 75cv, ambas com baixos consumos (respectivamente, 4,5 l/100km e 4,7 l/100km). Os preços iniciam-se nos 9990€ (três portas, nível de equipamento Active, 60cv). Há ainda uma versão economizadora, denominada Green Tec no caso do Citigo, com sistema Start & Stop de paragem e arranque automáticos do motor, recuperação de energia de travagem e pneus de baixa resistência ao rolamento, que consegue, segundo o fabricante, consumos de 4,1l/100km na versão de 60cv e 4,2l/100km na de 75cv. De série, todos vêm com uma caixa manual de cinco velocidades; em opção, há uma caixa manual robotizada de cinco relações (custa mais 800€), que proporciona uma redução adicional nos consumos.

São três os níveis de equipamento do Citigo: Active, Ambition (mais caro 600€ em relação ao Active) e Elegance (mais 750€ face ao Active). A carroçaria de cinco portas tem um acréscimo de 400€ em relação à de três portas. A partir do nível Ambition, está disponível a versão Green Tec por mais 300€ e o aumento de potência para 75cv, que custa 450€.

A Fugas conduziu a variante do Citigo de cinco portas com 60cv e nível de equipamento Active, tendo como extras o pacote multimédia Move & Fun e a pintura especial. Ao contrário do que é a prática de algumas marcas, que, para apresentarem um preço de entrada baixo, têm versões de veículos cujo equipamento quase se resume à carroçaria, às rodas, ao motor e aos bancos para os ocupantes, pelo que depois quem os quiser adquirir tem sempre de desembolsar mais algumas centenas ou milhares de euros, o nível Advance já inclui um mínimo de equipamento essencial, como por exemplo um rádio/CD com MP3 ou o ar condicionado. Além disso, se desejar um carro mais bem equipado, os extras têm um preço acessível, inferior aos similares do up! e do Mii.

O motor 1.0 tricilíndrico tem um comportamento muito aceitável e é económico - obtivemos uma média de 5,2 l/100km num percurso misto estrada, auto-estrada e cidade (embora sem muitas situações de pára-arranca). Por dentro, é espaçoso e a capacidade da mala é uma referência no segmento dos citadinos. O único capítulo em que o seu desempenho foi inferior ao dos seus irmãos foi na travagem, mas isso deverá ser por o carro que conduzimos trazer pneus coreanos, com performances inferiores aos pneus das marcas de referência.

Quanto a dimensões, o Citigo é o mais comprido dos três modelos (mais 23mm que o Volkswagen up! e mais 6mm que o Seat Mii), mas isso deve-se apenas a ligeiras alterações no visual, nomeadamente nos pára-choques, Aliás, a concepção estilística destes três citadinos gémeos é da autoria do conceituado designer italiano Walter de Silva, responsável máximo pelo design dos veículos do grupo Volkswagen. Assim, mantém-se a boa visibilidade e todas as outras características comuns aos três veículos, como a sua guiabilidade e facilidade de estacionamento em cidade, bem como a aptidão para fazer viagens longas com conforto, apesar de ser um citadino. No entanto, devido ao seu formato, todos eles têm alguma sensibilidade a ventos laterais.

O Citigo, para além de marcar a entrada da Skoda no segmento dos citadinos, também estreia o novo emblema do fabricante checo. A seta alada é agora cromada em vez do anterior verde esmaltado e a coroa de louros, bem como a palavra Skoda, desaparecem no novo logótipo.

A persistência no erro

O Skoda Citigo foi o último dos citadinos da fornada que incluiu o Volkswagen up! e o Seat Mii. No entanto, o condutor continua sem comando para o vidro do lado do pendura. É daqueles pequenos pormenores irritantes que não contribuem para o conforto de condução. Quantos euros se pouparam? Será que os responsáveis pelo design interior destes três carros nunca viajam sozinhos e, se sim, nunca precisam de abrir ou fechar a janela do lado oposto?

A sopa da pedra

O Skoda Citigo que conduzimos vinha na versão de entrada, Active, que, na versão de três portas, equipado com o essencial, custa abaixo dos 10.000€. Os únicos opcionais eram a pintura especial (200€) e o pacote Move & Fun (300€), sistema multimédia com um ecrã táctil de 5"", funções de navegação, telefone com controlo de voz, conexão MP3 e computador de bordo. Mas há outros opcionais a preços acessíveis, que, como na sopa da pedra, podem tornar este carrinho muito mais apetecível. É o caso do controlo de estabilidade com travagem de emergência em cidade (350€), do programador/regulador de velocidade (150€), dos retrovisores eléctricos (150€), dos faróis de nevoeiro (175€) ou dos sensores de estacionamento traseiro (230€).

Não havia necessidade

O volume da bagageira deste citadino, tal como a dos seus "irmãos", é uma referência em termos de citadinos - 251 litros (959 litros com os bancos traseiros rebatidos). Tem um formato regular, mas o bordo é alto, o que pode dificultar um pouco a colocação ou retirada de volumes. Sob o fundo da mala, há um espaço circular para o pneu sobressalente, mas, em vez deste, traz de série um kit de "reparação" de pneus. No entanto, em opção, por 45€, pode-se adquirir uma roda suplementar. Com esta, o volume da mala reduz-se em 17 litros e o peso aumenta pouco mais de uma dezena de quilos. Inconvenientes largamente superados pelas vantagens do pneu sobressalente face ao famigerado kit.

Espaço bem aproveitado

Este citadino é pequeno mas o espaço interior está muito bem aproveitado. Dispõe de quatro lugares reais (mesmo se o condutor for grande, uma pessoa do mesmo tamanho cabe atrás dele). Até se experimentou sentar três pessoas nos bancos traseiros e, embora um pouco apertadas, caberiam se houvesse um terceiro cinto de segurança e os encaixes dos cintos se posicionassem de forma diferente. Além disso a existência de cinco portas torna muito fácil o acesso ao habitáculo, mesmo para pessoas idosas ou com dificuldades de locomoção.

Sugerir correcção