Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete Pedreras

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No centenário da Casa Milà, uma exposição põe o edifício a par de outras obras suas contemporâneas RUI GAUDÊNCIO

É difícil conceber a cidade que, dizem, Barcelona foi antes da Casa Milà. Imaginada há cem anos para fechar aquele gaveto do Passeig de Gràcia - data precisamente de 31 de Outubro de 1912 a assinatura com que o arquitecto Antoni Gaudí deu por terminado o projecto -, o edifício, popularmente conhecido como La Pedrera, transformou-se facilmente num dos mais eloquentes porta-vozes do programa catalão do início do século XX e também no grande portal a partir do qual os visitantes têm, hoje, acesso ao particular mundo de Gaudí (são, diz o El País, mais de um milhão e meio por ano). Para celebrar o centenário, uma exposição mostra agora como este edifício a todos os títulos singular é parente de seis outras obras modernistas suas contemporâneas, desvendando as ligações invisíveis entre as cabeças de Frank Lloyd Wright e Victor Horta, Hector Guimard e Charles Mackintosh, Josef Hoffmann e Adolf Loos, e relacionando Gaudí com cada uma delas.

Com comissariado do arquitecto e teórico do design Juli Capella, Las otras Pedreras. Arquitectura y diseño en el mundo a princios del siglo XX é uma visita guiada a seis edifícios fundamentais da época, seis edifícios que influenciaram decisivamente o que se fez depois: a Maison Horta (1898-1902) e o Palais Stoclet (1905-1911), ambos de Bruxelas, o Hôtel Mezzara (1910-1911), de Paris, a Glasgow School of Art (1897-1909), a Looshaus (1909-1911), de Viena, e a Robie House (1908-1910), de Chicago. Uma selecção de objectos - planos, desenhos, maquetes, fotografias, móveis e peças decorativas - conta, até 24 de Fevereiro, as histórias paralelas destas obras-primas. I.N.

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