Furto de identidade

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Anda para aí na Internet uma frase bacoca, fascista e estúpida que se atribui falsamente à minha pessoa. Não vou repeti-la aqui para não dar prazer ao autor da frase homofóbica e odiosa e a quem roubou o meu nome para publicitá-la. Se é que são pessoas diferentes.

Geralmente, os fake MEC que, de vez em quando, aparecem por aí são frases inofensivas, mais ou menos pirosas, acerca do amor, da amizade e da alegria dos passarinhos na Primavera. Uma ou outra até é capaz, para minha grande vergonha, de ser minha.

O que mais me ofende não é o furto da identidade. É a alacridade e a rapidez com que é espalhada a frase, pelo Facebook, pelo Twitter e por alguns blogues. Pelos vistos, muita gente acha-lhe graça ou diz achar-lhe graça. Como não tem graça nenhuma, é muito triste.

Claro que a parte vaidosa de mim fica surpreendida que tantas pessoas acreditem que eu seria capaz de ter e escrever uma piada tão violentamente desumana e grosseira. Felizmente, alguns comentadores têm denunciado a falsidade da citação. Mas são mais os que a aplaudem e me dão os parabéns.

Há pela Internet defesas da caça e das touradas e de outras tradições masculinas em Portugal que me são atribuídas por engano, porque foram escritas pelo Miguel Sousa Tavares. Ele também é sujeito às mesmas confusões, atribuindo-lhe disparates que foram escritos por mim. Por isso, consideramo-nos kitsch.

Mas desta vez estou com ele: raios partam os reles aldrabões da Internet.

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