Ban Ki-moon apela ao cessar-fogo imediato em Gaza

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“Apelo fortemente à cooperação de todos com os esforços conduzidos pelo Egipto no sentido do estabelecimento de um cessar-fogo imediato”, sublinhou Ban Ki-moon, num comunicado em que lamentava as mortes resultantes das bombas sobre Gaza e também o fogo contínuo do Hamas sobre as cidades israelitas.

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“Apelo fortemente à cooperação de todos com os esforços conduzidos pelo Egipto no sentido do estabelecimento de um cessar-fogo imediato”, sublinhou Ban Ki-moon, num comunicado em que lamentava as mortes resultantes das bombas sobre Gaza e também o fogo contínuo do Hamas sobre as cidades israelitas.

Um representante palestiniano nas conversações, Nabil Shaath, admitiu progressos mas disse que ainda não se pode falar em acordo. “Não devemos esperar uma trégua nos próximos dias”, referiu, acusando Israel de “tentar impor os seus próprios termos, ignorando as reivindicações do Hamas e de outras facções palestinianas”.

O mesmo dirigente, citado pela agência palestiniana Ma’an, referiu-se aos contactos entre os negociadores israelitas e o Governo do Egipto, que está a mediar as negociações, como “esforços sérios para chegar a um cessar-fogo”.

No entanto, o diário israelita Haaretz citava dirigentes de topo do Governo de Benjamin Netanyahu que diziam não esperar nenhum acordo nas negociações do Cairo.

As exigências de cada lado parecem, para já, irreconciliáveis. Segundo aponta a imprensa internacional, o Hamas quer o levantamento do bloqueio a Gaza e o fim da campanha de assassínios selectivos de líderes militantes. Mas Israel insiste que as mortes são uma resposta aos ataques vindos de Gaza e não promete acabar com a sua campanha, de acordo com o jornal digital Ynet. As condições do Estado hebraico apontam para o fim do fogo de rockets e ataques contra soldados na fronteira, e para um acordo com um período mínimo de 15 anos de vigência.

Os ataques com rockets do Hamas recomeçaram esta manhã, depois de mais uma noite de bombardeamentos aéreos sobre Gaza. De acordo com o Exército israelita, foram atingidos 80 alvos, entre os quais paióis de armas e esquadras da polícia. Desde o início da operação Pilar de Defesa, na passada quarta-feira, as forças de Israel já bombardearam 1350 alvos seleccionados.

Entre os alvos atingidos durante a noite em Gaza estavam duas casas pertencentes a um conhecido clã, que Israel acusa de serem activistas do Hamas. As bombas mataram dois adultos e duas crianças e deixaram 42 feridos. O chefe do clã, Mohammed Azzam, disse à Associated Press que a sua família não tinha nenhuma ligação ao grupo militante – mas antecipou que os bombardeamentos não diminuiriam o apoio ao Hamas entre a população.

Já durante a tarde desta segunda-feira, um raide israelita atingiu o conhecido edifício Shurooq, onde funcionam as delegações de televisões árabes e internacionais. Um jornalista da BBC contou que pelo menos duas pessoas morreram, mas os bombeiros procuravam ainda desaparecidos entre os escombros.

A Jihad Islâmica confirmou pouco depois que o chefe dos serviços de imprensa da sua milícia armada morreu no ataque – a maioria dos jornalistas teriam já deixado o edifício, atacado uma primeira vez no domingo.

A operação militar israelita sobre Gaza já provocou a morte de 87 palestinianos, incluindo 50 civis, mulheres e crianças. Mais de 700 feridos receberam tratamento em hospitais. Israel reportou três mortes resultantes do fogo de rockets.

Notícia actualizada às 18h07