Parque Escolar admite atrasos nas empreitadas, mas rejeita possibilidade de comprometer início do ano lectivo 2012/2013

O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, alertou ontem para o atraso nas empreitadas de requalificação de duas escolas do concelho a cargo da Parque Escolar (PE), que "podem comprometer o início do ano lectivo". O autarca manifestou preocupação em relação ao atraso nas obras nas escolas secundárias de Padrão da Légua e Augusto Gomes. Já a empresa estatal, embora admita os atrasos, rejeita a possibilidade de o ano lectivo 2012/2013 não começar normalmente, uma vez que promete assegurar "o isolamento dos espaços de construção" e o recurso a prefabricados "climatizados durante todas as fases de obra".

O edil de Matosinhos visitou ontem as instalações das três escolas referidas, mostrando especial preocupação pela situação das obras na escola do Padrão da Légua, as quais considera estarem a desenrolar-se a um ritmo "muito lento". "É um atraso significativo e incompreensível", considerou, referindo que até há três meses, data da sua última visita à escola, "as obras decorriam a bom ritmo, embora com ligeiro atraso". O autarca disse que a demora se deve a "questões financeiras dentro do próprio Estado" e que não consegue prever uma data para a conclusão das obras.

Contactada pelo PÚBLICO, a assessoria de imprensa da Parque Escolar admitiu que os trabalhos de requalificação desta escola, que alberga 900 alunos, "têm seguido a um ritmo mais lento, verificando-se um atraso aproximado de oito meses", sem no entanto avançar com as razões para tal. Segundo a empresa pública, as obras poderão apenas estar concluídas no ano lectivo 2013/2014.

Escola de Leça à espera

Em relação à Escola Secundária Augusto Gomes, onde estudam 1100 alunos, Guilherme Pinto considerou que a demora de mais um mês "é preocupante mas não dramática". Ainda assim, esta obra, iniciada em Março de 2011, está mais próxima de cumprir o prazo de execução (de 18 meses), que termina no próximo dia 1 de Setembro. Em relação à Augusto Gomes, a Parque Escolar prevê que até à abertura do ano lectivo "seja possível disponibilizar à comunidade educativa, para usufruto integral, os espaços requalificados correspondentes a duas fases de obra, entretanto concluídas".

Guilherme Pinto voltou ainda a insurgir-se contra o suspensão das operações na secundária da Boa Nova, em Leça da Palmeira, que chegou a estar adjudicada mas não recebeu luz verde por parte do Governo. A tutela anunciou já que está a reavaliar todos os projectos não iniciados, para os recalendarizar, dependendo das disponibilidades financeiras. O autarca garante que aquela escola "não tem condições" para albergar os seus cerca de 500 alunos e que existem "problemas estruturais graves que precisam de ser resolvidos".