Matthew Herbert e Nicolas Jaar regressam com novos projectos no Clubbing

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Nos últimos anos, Matthew Herbert tem passado por Portugal cortesia: site oficial de Matthew Herbert

Duas gerações da música de características electrónicas vão estar hoje em destaque em mais uma edição do Optimus Clubbing. Às 23h

O inglês Matthew Herbert é uma das figuras fundamentais da alvorada da década de 90, tendo construído um percurso sólido desde então, com a mais diversas designações (Herbert, Matthew Herbert Big Band, Doctor Rockit ou Wishmountain), enquanto o americano Nicolas Jaar é uma das figuras cimeiras desde o início de novo século, em nome próprio, ou com o projecto Darkstar, que apresenta agora em Portugal.

Herbert tem actuado em Portugal ao longo dos anos, mostrando como é possível desconstruir a música house e outras derivações electrónicas, sempre com uma atitude plástica e conceptual. A trilogia One, que agora tem exposto ao vivo, é apenas o último de uma série infindável de projectos em torno de ideias.

No último disco desta trilogia, One Pig, serve-se da electrónica minimalista para incorporar fragmentos sonoros da vida e morte de um porco, interrogando pelo caminho toda a indústria da alimentação no contexto das sociedades contemporâneas. Ou seja, trata-se de veicular ideias político-sociais através de um som electrónico emocional de cariz lúdico, que em nenhum momento deixa de lado uma veia muito experimental. Curiosamente, o primeiro disco da trilogia, intitulado simplesmente One One, era uma das suas obras mais interiores e pessoais, na qual assumia a criação de todos os sons e vocalizações. Apesar de ser um disco um pouco diferente daquilo que conhecíamos dele, revela a mesma capacidade de criar um vocabulário pop de imponderabilidade, calor e intimidade, em doses iguais.

Depois de se ter apresentado em Portugal, em nome próprio, no último ano, por mais de uma vez, desde que foi descoberto graças ao álbum Space is Only Noise, eis que regressa Nicolas Jaar, desta feita como Darkstar.

Trata-se de uma aventura partilhada com Dave Harrington, mais diversificada, entre o neo-rock e a electrónica atmosférica, que deve pouco ao requinte e elaboração formal da sua música em nome próprio. Diz quem viu que foi um dos espectáculos mais festejados da última edição do importante festival Sónar de Barcelona. Expectativas, por isso, bem altas para ambos.

Depois de se apresentar em concerto, Matthew Herbert tratará ainda de mostrar a sua outra faceta, como DJ, no espaço do restaurante da Casa da Música.

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