Antigo gestor do banco Goldman Sachs condenado por crime financeiro

Dado como provado que Rajat Gupta filtrava informação privilegiada a um amigo

Antigo líder da consultora preferida da elite dos negócios, a McKinsey & Co., e ex-administrador do banco de investimento Goldman Sachs, Rajat Gupta é mais um dos "tubarões" apanhados pela justiça dos Estados Unidos pela prática de crimes financeiros. Acusado de ter divulgado informação privilegiada (insider trading), Gupta foi condenado a 25 anos de prisão,mas a sentença ainda é passível de recurso.

Os crimes por que Gupta respondeu situam-se no tempo em que era administrador do banco Goldman Sachs, provavelmente o mais importante banco de investimento do mundo e que é dado também como dos mais influentes no mundo da alta finança e dos negócios, bem como no universo da política. O actual conselheiro do Governo português para as privatizações, António Borges, trabalhou para o Goldman Sachs.

Gupta, que tem raízes indianas, foi condenado num conjunto de crimes relacionados com a transmissão de informação privilegiada a um amigo. Tratava-se de Raj Rajaratnam, líder de um fundo de capital de risco, Galleon Group, que está a cumprir 11 anos de cadeia por crimes de fraude e conspiração em negócio.

Enquanto membro da administração do Goldman Sachs, Gupta disponibilizava informação privilegiada ao amigo antes que ela fosse comunicada ao mercado - como determinam as regras. Isso aconteceu com a filtragem de informação sobre um negócio de cinco mil milhões de dólares do multimilionário Warren Buffett e com os resultados da companhia Procter & Gamble, entre outros.

A acusação não encontrou provas físicas dos crimes, mas as circunstanciais acabaram por convencer os membros do júri. O advogado de Gupta já afirmou que na sexta-feira aconteceu apenas o primeiro round e mostrou-se disponível para recorrer da sentença aplicada pelo tribunal.

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