Gestores do PSI-20 ganham 44 vezes mais que os trabalhadores

Foto
Salários de gestores e trabalhadores registaram tendências diferentes em 2011 Foto: José Manuel Ribeiro/Reuters

A equipa de gestão que teve o maior aumento foi a da Semapa, que beneficiou de uma subida de 48,8% na remuneração total devido a um acréscimo de 112% da componente variável. Os prémios de gestão têm um peso considerável no salário total dos líderes do PSI-20, representando mais de um terço nas remunerações. Esta é uma tendência que se mantém desde o ano passado.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A equipa de gestão que teve o maior aumento foi a da Semapa, que beneficiou de uma subida de 48,8% na remuneração total devido a um acréscimo de 112% da componente variável. Os prémios de gestão têm um peso considerável no salário total dos líderes do PSI-20, representando mais de um terço nas remunerações. Esta é uma tendência que se mantém desde o ano passado.

Em contraciclo com os aumentos globais dos salários dos gestores, os custos médios com o pessoal registaram uma tendência de queda. As despesas totais com as remunerações dos trabalhadores subiram 5,8%, mas como entraram mais 43 mil pessoas nestas empresas em 2011 (um aumento de 19%, justificado em larga medida com a aquisição da Oi pela PT), a média salarial diminuiu.

Esta redução, que chegou a praticamente 11%, deverá estar relacionada com a contratação de pessoas com remunerações mais baixas. Contas feitas, os presidentes das 20 cotadas do PSI-20 ganharam, em média, 44 vezes mais do que os trabalhadores.

Em 2010, esse diferencial tinha sido de 37 vezes. Mais uma vez, a inclusão da Oi nas contas da PT influencia esta evolução. Em Espanha, segundo dados publicados ontem pelo El País, os presidentes das empresas que compõem o Ibex, o principal índice da bolsa de Madrid, ganharam em 2011 mais 24,7 vezes do que a média dos trabalhadores.

O hiato era de 25,5 vezes em 2010.

Nos EUA, segundo um estudo publicado este mês pelo Economic Policy Institute, os CEO das 350 maiores empresas ganham 231 vezes mais do que a média dos seus trabalhadores.

Leia mais no PÚBLICO desta segunda-feira e na edição online exclusiva para assinantes