Confrontos entre polícia de choque e manifestantes anti-Putin em Moscovo

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Polícia deteve centenas de manifestantes em Moscovo Natalia Kolesnikova/AFP

Milhares de pessoas manifestaram-se na capital, entre Dezembro e Março, em gigantescas manifestações contra as alegadas fraudes eleitorais que garantiram a vitória do partido Rússia Unida nas legislativas e a reeleição de Putin, mas esta foi a primeira vez que os protestos terminaram em violência.

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Milhares de pessoas manifestaram-se na capital, entre Dezembro e Março, em gigantescas manifestações contra as alegadas fraudes eleitorais que garantiram a vitória do partido Rússia Unida nas legislativas e a reeleição de Putin, mas esta foi a primeira vez que os protestos terminaram em violência.

Como sucedera durante o Inverno, as autoridades delimitaram o espaço para o protesto: foi quando os manifestantes tentaram furar a barreira policial e marchar até ao Kremlin que foram repelidos à bastonada e com tiros de gás lacrimogéneo. Pelo menos quatro polícias foram feridos quando a multidão começou a lançar pedras aos agentes.

De acordo com as agências internacionais, o protesto terminou com a detenção de mais de 250 pessoas, entre as quais três conhecidos activistas da oposição – o blogger anti-corrupção Alexei Navalny, o líder da Frente de Esquerda, Sergei Udaltsov e o antigo vice primeiro-ministro Boris Nemstov –, que participavam num comício onde se exigia o cancelamento da cerimónia de posse de Putin e a repetição das eleições. Fontes oficiais acusaram os activistas de estarem a incitar à desordem.

As cerca de 20 mil pessoas que se juntaram no comício exibiam cartazes onde se lia “Putin = Ladrão” ou “Rússia melhor sem Putin”. Protestos semelhantes ocorreram em Vladivostok, onde os manifestantes passearam um caixão tapado com uma bandeira negra onde se lia “Democracia”, e ainda em Kurgan (nos Urais) e Kemerovo (na Sibéria).

Os apoiantes de Putin também se concentraram em Moscovo para um comício onde, de acordo com os organizadores, participaram 50 mil pessoas. A oposição insistiu que a maior parte dos presentes eram funcionários do Governo que têm sido coagidos a participar em comícios pró-Putin, uma alegação que o próprio admitiu poder ser verdade.