Viana confirma mas não avança ainda os motivos da decisão. SEC fala em "razões estritamente pessoais"

Foi nomeado em 2010 por Gabriela Canavilhas e reconduzido pelo actual secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. Esta semana, o maestro César Viana demitiu-se do cargo de vogal da administração do Opart - Organismo de Produção Artística, a empresa pública que gere o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) e a Companhia Nacional de Bailado (CNB).

César Viana confirma ao PÚBLICO, sem no entanto adiantar, por agora, comentários sobre a demissão. Apenas diz que a saída "está a ser formalizada e conversada". Assim sendo, na administração do Opart fica apenas o gestor público João Villa-Lobos, num conselho de administração que a lei obriga a ser composto por pelo menos duas pessoas, podendo chegar às três.

César Viana mantém-se em funções não executivas e a gestão corrente está garantida até à nomeação do novo vogal, diz Paula Vilafanha, da comunicação do São Carlos. A nomeação de um novo vogal está a ser agora preparada, assegura a Secretaria de Estado da Cultura (SEC), acrescentando ser "prematuro" avançar nomes e delinear soluções para uma saída que atribui a "razões de ordem estritamente pessoal apresentadas pelo próprio".

Numa resposta por email, através do seu adjunto para a comunicação, Francisco José Viegas diz ainda "não existir relação" entre este caso e a criação do Agrupamento Complementar de Empresas (ACE), anunciado pela SEC para ser formalmente constituído no início deste ano e juntar, além das duas estruturas do Opart, também a Cinemateca e os teatros nacionais D. Maria II, de Lisboa, e São João, do Porto.

Poucos sinais

Sobre a nova estrutura, que visava, entre outros aspectos, uma redução do número dos corpos dirigentes de 11 para sete (com um representante para cada uma das cinco estruturas, um presidente e um vice-presidente), não há sinais. "Enquanto o ACE não tiver existência orgânica é extemporânea qualquer menção a cargos relacionados com as Entidades Públicas Empresariais que o irão integrar", acrescentou ontem Viegas, questionado sobre nomes apontados mas não oficializados para terem assento no ACE, como João Carlos Andrade, dos quadros da CNB, ou João Villa-Lobos para presidente.

César Viana era, como administrador do Opart, o nome indicado para representar o São Carlos no ACE. O maestro foi director artístico da Casa de Belgais e assessor para a área artística da Orquestra Metropolitana. Entrou para vogal do conselho de administração do Opart em Maio de 2010 e com a entrada de Jorge Salavisa para a presidência desse CA (cessou funções menos de um anos depois, em Março de 2011). Nesse mesmo ano entrou para a direcção artística do São Carlos o maestro britânico Martin André substituindo o alemão Christoph Dammann.