Me gusta marijuana me gustas tú

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A geografia deixa Rasquera respirar, mas a serra está sempre por perto. Antiga vila de agricultores, hoje há quatro homens a viver da terra de 962 habitantes. Josep (plano anterior) é um delesÉ no Bar de Baix, o mais pequeno e mais frequentado dos três cafés de Rasquera que o presidente do município, Bernard Pelissa, toma café todas as manhãs. A igreja e o município ficam a poucos metros

Depois de amanhã, os rasqueranos vão votar num referendo para dizerem "sim" ou "não" à primeira plantação de cannabis gerida por uma empresa municipal na Europa. Pagar uma dívida de 1,3 milhões de euros é o objectivo. De caminho, propõe-se regularizar uma realidade que ninguém esconde. A plantação ainda não existe mas já pôs o mundo a falar de Rasquera - e os bancos a aceitar negociar com o presidente do município

Rasquera tem um sonho. Quer sobreviver, e isso não é pouco. Porque Rasquera tem tudo para morrer: 962 habitantes, 70 no desemprego, muitos reformados e outros pré-reformados pela dureza da vida na construção ou a limpar matas, e a terceira maior dívida dos municípios da Catalunha no momento em que Espanha anuncia cortes em todos os gastos. Uma terra perdida aos pés da Serra de Cardó, entalada entre povoações com castelos que falam por elas e chamam turistas, e outras com cemitérios nucleares que lhes ampliam o orçamento.

Nada nem ninguém fala por Rasquera. Ou muito pouco, em todo o caso. Há a cabra branca, as amêndoas, as cerejas, os pastéis de gila. Pastores é que há poucos, agricultores também. Pablo, que veio de Salamanca casar com uma rasquerana, vive do azeite, que produz e exporta, mas não sabe até quando. Há quatro lojas a vender os pastéis de gila mas quase ninguém a aparecer para os comprar.

Quem fala por Rasquera são os rasqueranos, esses não poupam esforços. Veja-se a equipa de futebol amadora que não hesitou em tirar a roupa para vender o calendário de 2012. Ou o presidente do município, Bernard Pelissa, que assume a dívida de 1,3 milhões de euros dizendo que se limitou a fazer política.

Numa altura em que as políticas são decididas por economistas e têm como objectivo diminuir défices, Pelissa quer continuar a trabalhar por Rasquera. Como não consegue transformar gila em ouro, quer fazer da sua vila a primeira do mundo a financiar-se com uma plantação de cannabis. Desde que o plano foi tornado público, Rasquera ganhou o seu castelo. A plantação que ainda não existe já fala por Rasquera, para o bem e para o mal. Mais falará daqui a dois dias, quando os habitantes disserem "sim" ou "não" ao projecto.

Os últimos quilómetros fazem-se entre montanhas negras e amendoeiras em flor. De longe, parecem nuvens em tons de rosa e lilás. Ao perto, percebe-se que alternam com oliveiras e alguns pés de vinha. Há um rio que acompanha a estrada. Rasquera é tão pequena que se pode entrar e sair quase sem se dar conta.

Uma senhora de cabelos brancos passeia dois cães na estrada que sobe pela serra. "Ah, vieram por causa da mari! Quem está contra não fala", avisa. "Eu acho bem", diz, disposta a falar sobre tudo mas não a dizer como se chama. "O alcalde? É um bom homem. Fez o centro cívico, o centro de idosos, arranjou as ruas."

De longe, Rasquera parece adormecida. Ao perto, também. São dez da manhã de uma terça-feira de Março e é possível percorrer quase todas as ruas sem ver vivalma. Há três cafés, uma peixaria, um talho, um supermercado, um banco, uma oficina. Um cabeleireiro fechado (abre de quinta a sábado, como as duas discotecas), três parques infantis sem crianças, a escola que é primária e preparatória (com 60 alunos), cinco campos de futebol, incluindo um estádio, e uma piscina.

Na extremidade mais moderna, ergue-se há menos de dois anos o centro cívico, que é também posto de turismo. Amparo, funcionária municipal, abre a porta para uma visita guiada. No primeiro andar, para além do átrio amplo e do balcão da recepção, "onde pomos a comida e as bebidas nas festas", há a sala de baile, "onde se assinou o protocolo da plantação e antes se fez o baile de Natal."

A 15 e 16 de Março realizou-se aqui a Agóra Cannàbica e vieram 600 pessoas ouvir e fazer perguntas. Foi no palco para onde Amparo agora aponta que Pelissa se sentou com os advogados e os académicos que o ajudaram a pôr de pé a ideia. Com ele estiveram os responsáveis da ABCDA, a Associació Barcelonesa Cannàbica d"Autoconsum. De Barcelona vieram ainda consumidores lúdicos e terapêuticos. E ali se assinou o protocolo para a criação da Rasquera Gestió Econòmica e da Rasquerana de Recerca i Interpretació de la varietat vegetal Cannabis Sativa L, as duas empresas municipais que vão gerir a plantação, caso esta avance. Para além de servir para investigação, a produção vai abastecer os 5 mil sócios da ABCDA.

Quase em frente ao centro cívico está o centro de lazer para idosos. Mesmo atrás, à saída da terra, o Agrobotica onde Pablo produz e embala o azeite Rasquerana. A 800 metros fica a bomba de gasolina onde o encontramos, à conversa com Enrique, português com pai de Esposende e mãe de Burgos que veio há sete anos trabalhar numa obra e ficou.

Os dois "estrangeiros" têm direito de voto na consulta de terça-feira mas opiniões opostas. "Foste à ágora?", pergunta Enrique. "Nem pensar! Há coisas muito mal explicadas. Isto ainda vai dar problemas", responde Pablo. A sua mulher, Nuria, foi. "Vieram doentes. Dizem que são doentes... "Antes tomava 15 compridos para as dores, agora tomo dez". Mas acham que somos tontos?"

O português viveu 30 anos na capital catalã antes de assentar em Rasquera. "A vida é tranquila. Montanha tens quando abres a janela, praia a 20 quilómetros. Abriu a gasolineira e ninguém da terra quis vir", conta. "Agora matavam pelo teu emprego", diz Pablo.

"Vou votar "sim". Já fumei muito", esclarece Enrique. "Eu também já fumei muito. Na mili [serviço militar]. Mas voto "não". O meu problema não é a plantação. Sejamos claros, aqui até as velhas vendem debaixo do tapete! Mas se é do município quer dizer que somos todos responsáveis. E se no fim formos para tribunal e tivermos de pagar?"

Pablo já tem pessimismo que chegue sem tribunais. "Devíamos cortar os Pirenéus com uma motosserra. A Europa acabou para nós. O mercado livre foi o enterro. Não há azeite como este, juro. Tudo o que sai desta terra é bom. Mas não sabemos vender." Nem fazer cumprir, defende. "Se ainda viesse gente do Norte gerir a plantação... Mas nós, com uma coisa destas nas mãos? E se é tão simples, como é que ainda ninguém se lembrou disto?"

Há azeite de Pablo à venda na gasolineira. Custa 1,5 euros, "o mesmo que uma garrafa de água". "Mas agora, por causa da mari, o teu azeite vai ser conhecido em todo o mundo", diz Enrique. Nuria não vê benefícios na publicidade. "Agora vamos a qualquer lado e gozam connosco. Até passam canções na rádio."

O turno de Enrique está a acabar e chega o seu substituto, um montenegrino de longos cabelos loiros. Quem passa por Rasquera parece ter grandes probabilidades de ficar: Pablo veio de Salamanca, o português de Barcelona, há um sul-africano, um marroquino, dois montenegrinos, um moldavo, muitos romenos.

É hora de almoço e cada um vai à sua vida. Próxima paragem, ayuntamiento, a dois passos da igreja sem padre permanente mas com sinos que tocam a cada 15 minutos. O município emprega 16 pessoas e a sua sede é o sítio de Rasquera com mais gente por metro quadrado (excepto quando joga o Barça). Desde que a sua ideia para a plantação foi tornada pública, é aqui que Bernard Pelissa passa quase todas as horas do dia. E daqui sairá para não voltar se o "sim" não vencer com pelo menos 75%.

Pelissa não quer só salvar Rasquera; de caminho, quer unir os rasqueranos. "Vemos aqui duas oportunidades. Mostrar ao mundo que é possível fazer política de outra forma e permitir à terra fechar feridas antigas", explica, atrás de uma secretária que se mantém organizada apesar de abrigar demasiados papéis. "A primeira ofensiva da batalha de L"Ebre [130 mil mortos] foi a dois quilómetros daqui. A guerra civil fez estragos entre as famílias. Sempre houve um conflito latente e nos últimos 30 anos vivemos em conflito social. É uma coisa que não se vê, mas se nota."

Para o alcalde, o referendo "é uma oportunidade histórica para unir a terra em torno de um projecto de futuro". O líder da oposição, outro Bernard, apelido Farnós, também vê na consulta uma "oportunidade histórica", mas "para a vila lavar o seu nome". Porque para Farnós o sonho de Pelissa é uma alucinação que só poderá acrescentar desgraça à desgraça de Rasquera.

"Soubemos duas semanas antes da votação em plenário [a 29 de Fevereiro]. Pareceu-nos surrealista", começa por explicar. Os quatro eleitos da CiU (Convergência e União, federação de partidos catalães de direita), contra cinco da Esquerda Republicana, fizeram "uma avaliação jurídica e económica do projecto" e concluíram que não tem viabilidade.

"É verdade que o consumo é legal em Espanha e que estas associações existem. Mas não pode haver legalidade num projecto que envolve um município receber milhares de euros por gerir uma plantação", assegura o engenheiro industrial de 31 anos. A comarca de Ribera d"Erbe já se manifestou contra e o governo da Catalunha ordenou "a abertura de diligências". A "justiça vai acabar por parar esta loucura" antecipa Farnós.

"Do ponto de vista da economia também há incongruências", acrescenta. "Estamos na ruína e fala-se em criar 40 postos de trabalho, são 40 mil euros de ordenados. Mais défice!"

Quando Pelissa chegou ao cargo, Rasquera já era uma terra endividada. Mas o alcalde assume por inteiro a dívida, que tenciona pagar em dois anos com o que a ABCDA vai pagar pela cannabis. Quando lhe perguntamos onde gastou o dinheiro, não se lembra do centro cívico. Fala antes do Plano Estratégico de Desenvolvimento Local, aprovado em 2009, "onde definimos um caminho para sair da crise, através do território e dos produtos agrícolas". A estratégia inclui um plano de conservação florestal e outro de recolha e aproveitamento de resíduos. "São políticas difíceis de medir em sucessos imediatos", admite.

Com "a asfixia das finanças municipais", o dinheiro chegou mesmo ao fim. "Estávamos a estudar opções quando apareceu esta associação. Foi em Agosto. Aí começou a nascer este plano, que não é mais do que a continuação do nosso projecto de desenvolvimento."

"Ninguém nos vai tirar da crise. Nem o governo autonómico, nem o governo nacional, nem os bancos", diz. "Antes nem um banco me recebia. Agora vêm ter comigo das oito da manhã às oito da noite." Nas contas da empresa que contratou para seguir a repercussão nos media, só nas primeiras duas semanas de Março a plantação rendeu a Rasquera o equivalente a 2,4 milhões de euros de publicidade.

Pelissa, que tem 38 anos e antes de ser alcalde limpou vidros e foi carteiro, assegura que não inventou a pólvora. A ABCDA já tem plantações privadas. "O que se passa é que, pela primeira vez, uma administração pública se atreve a querer regularizar esta realidade. Toda a gente sabe que aqui há plantações."

Já anoiteceu e Rasquera está quase a sair à rua para encher os seus cafés. É noite de jogo: Granada-Barcelona. O Bar Martí, na rua principal, tem a maior televisão e um quadro, à porta, anuncia a hora da partida a giz.

"Esta é a mesa dos fixos. Os outros só vieram pelo jogo. É o bom das terras pequenas. Pagas um euro por um café e passas a noite na conversa", diz Francisco, sentado com outros dois reformados. "Os outros têm o nuclear. Aqui não há nada. O importante é criar trabalho", afirma Rámon, 55 anos, pré-reformado da limpeza de matas. "Diz-se que os dias voam, mas agora custam a passar, nunca mais chega dia 10! [dia do referendo]", exclama Valentí.

"A droga é uma parvoíce. Quem quer fumar fuma. Quem quer beber bebe. É igual", defende Francisco. Valentí concorda e só tem uma preocupação: "Isto dos 75% é que não me cheira. Bastava 50%, não é?" Segundo Rámon, "a maioria dos que estão contra apoiam o outro partido".

Sem a plantação ou sem um milagre, dizem, Rasquera está condenada. "Passa por Fátima", pede Francisco várias vezes durante a conversa, entre gargalhadas. "Da terra já ninguém vive", diz Rámon. "Não chove há nove meses", acrescenta Francisco, que tem algumas árvores e animais. Com a reforma da construção dá de comer aos dois filhos adultos e desempregados. "De fome não morremos."

Ao trio junta-se Josep. "Este é que vive da terra", diz Francisco, encarregando-se das apresentações. "Tenho melões num sítio, cerejas, oliveiras noutra zona. É uma vida dura, por isso somos poucos. Ao todo, quatro em Rasquera", afirma Josep, 46 anos, antes de abanar a cabeça quando lhe perguntamos se é casado. "Tinha lá tempo para isso!"

Francisco explica que no seu tempo a agricultura era de sequeiro; agora é de regadio. "O melhor que fizeram por esta terra foi a água. E a mari, se vier."

O jogo está quase a começar e no ecrã anuncia-se que a seguir será exibida a série Weeds (Erva), o dia-a-dia de uma mãe que vende cannabis. O Bar Martí já está cheio, mas ainda ninguém olha para a televisão. "Passa por Fátima, não te esqueças", repete Francisco. "Se a Maria não ajuda, há sempre a Madalena."

Rasquera a queixar-se da falta de chuva e a chuva a ouvir. Agora chove e chove bem. À porta do Bar de Baix, na praça da vila, alguns clientes acotovelam-se a fumar debaixo do telheiro. Enrique é um deles. O Barça já marcou mas a conversa continua cá fora.

"Não fomos nós que inventámos a mari. Existe há 10 mil anos", diz Domingo, 58 anos. Mario, 36, desempregado e divorciado com dois filhos, ainda não entregou o currículo mas diz-se pronto a trabalhar na plantação. Até lá sobrevive com a ajuda dos irmãos, pastores de 1200 cabras brancas de Rasquera.

Amparo, 22 anos, estudou Imagem para Diagnóstico e está desempregada. O seu currículo é um dos 250 que Pelissa já recebeu (para além de 30 ofertas de quintas disponíveis para acolher a plantação). Amparo está "totalmente a favor". "Tive dúvidas e informei-me. Dizem que toda a gente pode ser da associação, não é verdade, é preciso ser-se recomendado por um sócio e passar por uma entrevista. E a marijuana só vai para os sócios."

"Não me lembro de quem me disse isto: "O nuclear é uma tatuagem, a plantação é um piercing. Achei bonito. É preciso fazer qualquer coisa sem estragar esta terra linda onde quero educar os meus filhos", diz a jovem.

A chuva não dá tréguas durante a noite nem no dia seguinte. Ainda não são nove da manhã e Mario já está de regresso ao Bar de Baix. Pelissa entra para beber um café. "Obrigado, parece que trouxeram a chuva."

Planeámos uma visita à montanha e às cabras de Antonio, o irmão mais velho de Mario. "Com esta chuva, vai ser difícil ver o rebanho", avisa. "Talvez nem se consiga chegar lá."

O caminho faz-se e uma hora depois já estamos com Antonio, de 45 anos, e com Josep, o irmão do meio, abrigados da chuva na casa ao lado do curral onde estão as 40 cabras que pariram nas últimas semanas. "Não costumamos ter convidados. Às vezes passa um carro, nem param para dizer bom dia. Depois alguns aparecem... Ficam atolados e vêm pedir ajuda", conta Antonio, a rir.

Quando não anda nos montes atrás das cabras é nesta casa, onde a rede de telemóvel não chega, que Antonio passa os dias. O rés-do-chão é armazém, no primeiro andar há um quarto com uma televisão e uma cozinha com lareira, uma mesa, um fogão e um frigorífico a gás. Um motor a gasolina garante a electricidade. Quatro cães fazem companhia.

"Chega", diz Antonio. "Para mim, que gosto desta vida. Comecei aos 13 anos. Quem tenta em adulto já não consegue. Dos irmãos, sou o único que é mesmo pastor. E dos três homens de Rasquera que vivem das cabras sou o único que passa o ano na montanha. Os outros têm mulher e casa na vila."

Pelissa já tentou convencer Antonio a levar as cabras para mais perto - potenciar a raça branca, endémica e comapenas 5 mil exemplares, é um dos objectivos do seu plano de desenvolvimento. Mas "o terreno é demasiado íngreme", explica Antonio, que raramente vai à vila. Votar, por exemplo, nunca votou. "Mas vais votar no referendo!", diz-lhe Mario. "Talvez... Se viesse uma indústria preferia. Mas é preciso vir alguma coisa."

Quando a chuva abranda, Antonio leva-nos ao curral. Orgulhoso, explica de que raça é cada uma e como se chama cada tipo de cornos. Nem todas são cabras brancas. "Sobraram algumas hispânicas, como o meu pai tinha", diz. Também mostra o seu sistema de cordas, com uma estaca como a das tendas que permite prender à terra dois cabritos de cada vez "e evitar que se ataquem". Para "fazer isto bem é preciso passar os dias atrás de cada animal".

É dia de muita chuva e, por isso, não é dia de procurar o rebanho. Mas Antonio só deixa os visitantes partir depois de muitas recomendações sobre o caminho e como evitar ficar atolado nas zonas onde é mais frequente.

A 180 quilómetros e a um mundo de distância, a ABCDA está cheia, como sempre ao final do dia. Não fosse o sinal "entrada só permitida a sócios" e não se daria por esta porta na rua do Mar, a um quarteirão da praça da Barceloneta, o antigo bairro de pescadores de Barcelona. Dentro da sala com 30 metros quadrados cabem dezenas de pessoas. Há espanhóis, italianos, portugueses. Quem está sentado fuma ou enrola um charro. Ouve-se Manu Chao (Me gustas tú é a canção, Me gusta marijuana, me gustas tú, um dos versos).

O entra e sai é permanente e forma-se uma fila de sócios que arriscam levar a marijuana para casa - o consumo e o cultivo para consumo são legais, a posse é crime. Na parede atrás das duas mesas onde se sentam duas atarefadas funcionárias, prateleiras exibem mortalhas e vaporizadores, entre outros acessórios. Agora também ali se vende azeite de Rasquera, a vila que continua a encher páginas de jornais nacionais e estrangeiros.

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