Carlos Costa pede à UE para assegurar que o euro não está a prazo

Foto
Foto: Jorge Miguel Gonçalves / JMG NFactos (arquivo)

Numa conferência que decorre hoje em Lisboa organizada pela Associação Portuguesa de Bancos (APB), Carlos Costa afirmou que a União Europeia tem de levar a cabo a “implementação decisiva de mecanismos para assegurar aos mercados da irreversibilidade do euro” de modo a combater a pressão que os mercados estão a fazer actualmente sobre a moeda única e a zona euro.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Numa conferência que decorre hoje em Lisboa organizada pela Associação Portuguesa de Bancos (APB), Carlos Costa afirmou que a União Europeia tem de levar a cabo a “implementação decisiva de mecanismos para assegurar aos mercados da irreversibilidade do euro” de modo a combater a pressão que os mercados estão a fazer actualmente sobre a moeda única e a zona euro.

“Falhar não é uma opção”, acrescentou o responsável pelo supervisor bancário, acrescentando que o fim do euro traria “estragos irreparáveis” para as “fundações europeias”. Carlos Costa disse mesmo que actualmente “os fundamentais da zona euro estão mais fortes do que os dos Estados Unidos”.

O governador do banco central considerou ainda que a delicada situação em que se encontra a banca portuguesa, que apresentará pela primeira vez prejuízos num exercício, se deve à crise da dívida pública na Europa.

Banca com “resiliência notável”

“Os bancos portugueses são vítimas da crise da dívida”, afirmou o responsável, na sua intervenção na conferência da APB, dedicado ao “Risco Sistémico, demasiado importante para ignorar”. Segundo Carlos Costa, apesar de estarem há muito tempo sem acesso ao mercado de financiamento e de estarem sujeitos a um processo de rápida desalavancagem, ao mesmo tempo que reforçam os capitais face às novas exigência postas ao sector bancário europeu, os bancos portugueses têm mostrado “uma resiliência notável perante as actuais circunstâncias”.

E apontou para as medidas que já estavam a ser implementadas e que foram reforçadas depois do acordo assinado com a troika. Entre elas, as directivas para que os bancos portugueses aumentem a sua base de capital, a protecção da liquidez do sistema e o reforço da supervisão.

A desalavancagem, feita sobretudo a partir da venda de activos não estratégicos, está em curso e é, segundo Carlos Costa, uma “preocupação” do Banco de Portugal. E sublinhou que o rácio de créditos sobre depósitos da banca portuguesa desceu dos quase 170 por cento em que se encontrava em Junho de 2010, sendo o objectivo alcançar os 120 por cento até ao final de 2014.

Na abertura da conferência, dedicada ao risco sistémico no sector bancário, o presidente da APB, António de Sousa, destacou a “sólida” situação do sistema financeiro português, apesar dos desafios que enfrenta.