Sébastien Loeb, campeão do mundo desde 2004

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Loeb nas estradas da Grã-Bretanha

Há oito anos que o desfecho é sempre o mesmo e que o último rali da temporada serve para a sua consagração. Desta vez foi um pouco mais apertado, mas Sébastien Loeb (Citroën DS3) é outra vez campeão mundial de ralis, o seu oitavo título consecutivo.

O francês até nem precisa de terminar o Rali da Grã-Bretanha, que decorre no País de Gales, já que Mikko Hirvonen (Ford Fiesta RS), o único que ainda podia roubar-lhe o título, desistiu ao segundo dia de corrida. Assim, Loeb cumpre um feito inédito no desporto motorizado: oito títulos seguidos (o primeiro foi em 2004), ultrapassando os sete campeonatos não consecutivos conquistados por Michael Schumacher na Fórmula 1.

À entrada para a derradeira prova do Mundial, Loeb tinha oito pontos de vantagem sobre Hirvonen (222/214) e tudo estava em aberto na discussão do título. O finlandês liderava o rali após a sexta prova especial de classificação, mas, durante a sétima, um ramo submerso danificou o radiador do seu Ford. Hirvonen ainda continuou durante mais alguns quilómetros, mas o motor aqueceu demasiado e perdeu mais de quatro minutos para Loeb, confirmando depois o abandono.

"É devastador acabar sem que haja uma batalha incrível com Loeb. É uma grande desilusão para toda a equipa voltar à discussão pelo campeonato e perder logo no primeiro dia da corrida", lamentou Malcolm Wilson, o patrão da equipa de Hirvonen. A consagração em Cardiff, amanhã, será assim para o piloto alsaciano, que, sem Hirvonen na estrada, passou a liderar o rali britânico, com 1,1s de vantagem sobre Jari-Matti Latvala (Ford Fiesta). Numa corrida onde Sébastien Ogier (Citroën) também já abandonou, é o norueguês Mads Ostberg (Ford Fiesta RS) quem está no terceiro lugar, com 1m13,5s de atraso em relação a Loeb. Quanto ao português Armindo Araújo (Mini Cooper S2000), está no 14.º lugar, a 7m46,5s do líder.

Múltiplo recordista

Já não é de agora que Loeb detém praticamente todos os recordes no Mundial de ralis. Tem o dobro dos títulos de que os que vêm atrás de si (os quatro dos finlandeses Juha Kankkunen e Tommi Makinen) e, se vencer em Gales, passará a somar 68 triunfos em ralis, bem distante dos 30 de Marcus Gronholm. Também é o piloto que mais etapas venceu (806 contra 801 de Markku Alén), o que subiu mais vezes ao pódio (103 contra 91 de Carlos Sainz) e o que mais pontos conquistou (1281 contra 1242 de Carlos Sainz).

Para alguém que chegou a conquistar um título sem participar nas últimas quatro corridas (foi em 2005, devido a um acidente de bicicleta, e ganhou por um ponto), ser campeão por desistência do adversário é algo de que o próprio Loeb não estava à espera. "Sim, aconteceu um pouco mais cedo do que o previsto, mas foi um alívio, porque, ao ritmo que estávamos a andar, podia haver um KO para um lado ou para o outro. Foi para ele, melhor para mim. Mas também podemos dizer que o título chega mais tarde que o previsto porque no meio da época tínhamos um bom avanço que perdemos em três ralis", frisou o piloto de 37 anos.

Apesar dos percalços da temporada, que incluíram um abandono no Rali da Alsácia, Loeb nunca deixou de acreditar: "Tudo era possível e o meu destino está sempre nas minhas mãos. Tive momentos de dúvida, mesmo de manhã, mas tudo correu bem."

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