Quem é quem nas negociações para evitar o default dos EUA

Barack Obama

O presidente americano é, como não podia deixar de ser, a figura de proa nas negociações para o aumento do limite legal de endividamento. Desde o início, deixou claro que não queria abdicar de duas coisas: uma subida de carga fiscal sobre os mais ricos e um acordo o mais lato possível, de modo a incluir um plano de redução do défice e da dívida no longo prazo.

Contudo, à medida que os dias correm e Obama se aproxima do prazo-limite de que tinha falado para concluir as negociações - o dia de hoje - o presidente tem assumido um discurso (e atitudes) cada vez mais radicais. Na quarta-feira, terá abandonado abruptamente a reunião com os republicanos por ter sido interrompido enquanto proferia as suas conclusões finais. Nesse mesmo dia, avisou que, se não houvesse um entendimento político para subir o tecto da dívida, os reformados arriscavam-se a ficar sem as suas pensões.

Eric Cantor

O líder republicano da Câmara dos Representantes, de 48 anos, parece ter o condão de irritar Barack Obama. A sua agitada reunião com o presidente, na quarta-feira, terminou antes do tempo com Obama a abandonar abruptamente a sala. Durante o encontro, Cantor, que é o único republicano judeu a servir no Congresso, tentou pressionar Obama a aceitar um compromisso de curto prazo. A proposta de Cantor passa por um plano de 2,5 biliões de dólares, sobretudo à custa de cortes na despesa, enquanto Obama tem em mente um plano de 4 biliões, dos quais 3 biliões serão reduções de despesas e 1 bilião correspondem a aumentos de impostos.

John Boehner

Foi com o principal republicano no Congresso, John Boehner, que Barack Obama foi preparando, nos bastidores, um acordo ambicioso - um plano de redução do défice e da dívida, no valor de 4 biliões de dólares, conseguidos à custa de cortes na despesa e de aumentos de impostos. Contudo, os republicanos mais conservadores depressa deram sinais de não estar a gostar da forma como Boehner estava a encaminhar as negociações. Com 61 anos, John Boehner está há vários anos ligado à vida política americana e é um árduo defensor da reforma da Segurança Social, nomeadamente de um aumento da idade da reforma.

Ben Bernanke

Apesar de não ter uma participação directa nas negociações, o presidente da Reserva Federal americana tem influenciado o curso das mesmas. Além de ter alertado a Câmara dos Representantes de que o fracasso em aumentar o tecto da dívida iria forçar a um corte imediato de 40 por cento nas despesas do Governo, Ben Bernanke tem tentado tranquilizar os mercados. Não só disse que o banco central poderia injectar mais dinheiro na economia, como afirmou que, se os EUA entrarem em incumprimento, os investidores devem ser pagos primeiro, à custa da suspensão dos pagamentos da Segurança Social.

Sugerir correcção