Na zona dos estaleiros, vão surgir áreas comerciais e de lazer, transmitindo a ideia ao turista de que pode ficar com um pé na praia e o outro no cais

O anteporto da marina de Vilamoura vai ser requalificado, através de um nova configuração arquitectónica e abrindo portas para uma futura "cidade lacustre". O projecto, desenvolvido pela Broadway Malyan, pretende criar, neste espaço comercial e turístico, um ícone modernista que atraia mais visitantes.

A intervenção engloba a revitalização de todo o espaço da zona dos estaleiros. Os novos edifícios, virados para a praia e para o lazer, procuram transmitir ao visitante a sensação de que pode ter um pé na praia e o outro na marina. Neste ambiente, o transporte que mais dá nas vistas não será o carro topo de gama, mas o iate de luxo.

A marina de Vilamoura possui mil postos de amarração, mas a oferta não chega para a procura. Com esta obra, vai passar a dispor de novos postos de amarração e de um novo espaço de vocação lúdica e comercial. Na linha dos novos edifícios, considerados pelos autores do projecto como "arrojados", destacam-se quatro grandes palas que cobrem parte do espaço público. Terão como "função primordial satisfazer os propósitos de valorização ambiental do espaço público construído e criar uma imagem de referência icónica na paisagem".

O edifício-sede da Lusort - empresa proprietária de Vilamoura - vai ser construído nesta área, dispondo de dois pisos em redor de um pátio interior ao ar livre. O imóvel comercial dispõe de sete espaços e dois quiosques. A praia fica ao lado, razão pela qual o piso superior do prédio é destinado a uma grande esplanada em deck, com acesso público por escada e elevador. Desta forma cria-se uma espécie de anfiteatro sobre a ribeira, a praia e o anteporto. A área da restauração dispõe de 24 unidades comerciais ao nível do piso térreo, das quais cerca de metade tem piso superior com terraços exteriores comuns virados para o mar.

O anteporto da marina, embora se localize numa das zonas mais nobres do empreendimento, é olhada pelos visitantes como as "traseiras" da casa - uma área de estaleiros, sem preocupações de ordenamento ou interesse estético. Agora, este projecto de requalificação e valorização do espaço procura "abrir uma porta" para a futura "cidade lacustre", o grande plano que a Lusort tem em carteira para relançar o sector turístico na região algarvia. Neste novo espaço urbanístico, formado por 30 hectares de lagos e canais, o cliente em vez de entrar em casa de carro, acosta o barco, à semelhança de outros empreendimentos imobiliários de luxo estrangeiros. O projecto obteve a declaração de impacto ambiental no final de 2009 e, segundo o administrador da Lusort, Jorge Moedas, encontra-se em "fase final" de execução.