Pequim admite problemas na Barragem das Três Gargantas

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A maior barragem do mundo

A Barragem das Três Gargantas - a maior central hidroeléctrica do mundo - está a dar problemas que devem ser "urgentemente" resolvidos, reconheceram as autoridades chinesas.

O grandioso projecto foi desenhado para acalmar as poderosas cheias do rio Yangtzé e para gerar energia, mas a água está a tornar-se poluída e os deslizamentos de terra estão a dificultar a vida perto da barragem.

O Conselho de Estado admitiu a existência de "problemas que devem ser urgentemente resolvidos" e que se referem especificamente ao "realojamento de residentes, à protecção ecológica e à prevenção de desastres geológicos". Uma confissão rara vinda de um país que sempre apresentou o projecto como um poderoso símbolo da sua nação.

O comunicado, citado pela AFP, adianta ainda que a barragem teve também impacto nos transportes marítimos e na irrigação e abastecimento de água.

A construção da gigantesca barragem começou em 1993 - com um investimento total de 18 mil milhões de euros - e ficou terminada em 2006. Mas desde o momento da construção até hoje a controvérsia girou à volta deste projecto e foram vários os críticos que alertaram para os seus altos custos ambientais e sociais. Em 2003, a subida das águas da albufeira obrigou ao realojamento de 1,3 milhões de pessoas que viram as suas casas ficar submersas. De acordo com Michael Bristow, o correspondente da BBC em Pequim, o Governo veio agora dizer que era preciso fazer mais pelas populações deslocadas.

"Quando se constrói uma coisa desta escala, a resolução dos problemas deve ser a prioridade", afirmara à CNN, ainda antes da conclusão da obra, John Byrne, director do Centro para a Energia e Política Ambiental em Delaware. "Infelizmente, a China decidiu lançar o projecto, e depois resolver os problemas ao longo do caminho".

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