Presidente do Iémen vai defender-se dos seus opositores "com todos os meios"

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Saleh enfrenta uma contestação sem precedente há quase quatro meses Ahmed Jadallah/Reuters

“Não ficaremos de braços cruzados face aos fora-da-lei”, afirmou o Presidente iemenita numa alusão aos seus opositores, citado pela AFP. “O povo iemenita e as suas forças armadas vão defender as suas instituições, os seus bairros, as suas vilas”, assegurou Saleh em frente a dezenas de milhares de apoiantes. “Vamo-nos defender com todas as nossas forças e com todos os meios”, acrescentou.

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“Não ficaremos de braços cruzados face aos fora-da-lei”, afirmou o Presidente iemenita numa alusão aos seus opositores, citado pela AFP. “O povo iemenita e as suas forças armadas vão defender as suas instituições, os seus bairros, as suas vilas”, assegurou Saleh em frente a dezenas de milhares de apoiantes. “Vamo-nos defender com todas as nossas forças e com todos os meios”, acrescentou.

O Presidente adiantou ainda que enfrentaria desafios com outros desafios e que quem quisesse o poder deveria ir a votações. Classificando os seus opositores como “sabotadores”, Saleh aconselhou-os também a “não brincarem com o fogo”.

O clima é de tensão em Sanaa onde as manifestações juntam milhares de pessoas, umas em apoio ao regime, outras que pedem o fim de um regime com 33 anos. Ao mesmo tempo, as forças de segurança patrulham a cidade para evitar manifestações anti-regime.

Na quarta-feira, a repressão aos protestos acabou por provocar a morte de 18 pessoas, em três cidades iemenitas. As forças de segurança abriram fogo sobre os manifestantes na capital, Sanaa, e também no centro industrial de Taiz, e na cidade portuária de Hudaida, junto ao Mar Vermelho. Foi o mais dramático incidente de repressão das autoridades desde o início do movimento de contestação naquele país e levou os EUA a condenar “firmemente” os acontecimentos e a apelar a uma “transição imediata do poder”.

A repressão não fez parar os opositores ao regime que, no dia seguinte e nesta sexta-feira, mostram não querer desistir. “Não temos medo da violência”, disse à Reuters Bassed Moghram, um dos líderes da juventude na manifestação. “A liberdade não é barata”, acrescentou.

No início do mês estava prevista a assinatura de um acordo que previa a demissão de Saleh e uma transição pacífica do poder, mas acabou por não se realizar tendo a oposiçãoi acusado o Presidente de ter impedido o acordo à última da hora.

Saleh enfrenta uma contestação sem precedentes há quase quatro meses.