Tocá Rufar inaugura domingo nova sede, dois meses após o incêndio que consumiu a antiga

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Fogo destruiu instrumentos no valor de meio milhão de euros ANTONIO CARRAPATO

Próximo passo é encontrar local para os ensaios, que continuam a decorrer ao ar livre. Número considerável de membros deixou o grupo, mas outros entraram

Mais de dois meses depois do incêndio que destruiu a sede e fábrica dos Tocá Rufar, no parque industrial do Seixal, o grupo de percussão inaugura no domingo a nova sede administrativa, onde já se instalou em Março. O edifício, situado no centro histórico do Seixal, foi cedido gratuitamente pela autarquia por um ano, renovável por mais um. Os ensaios continuam, para já, a fazer-se "à sombra de um pinheiro-manso", na Baía. "Não temos pressa, o grupo não é feito de paredes", diz Rui Júnior, fundador e director.

O fogo, provocado por faúlhas das obras no telhado do pavilhão contíguo, destruiu instrumentos no valor de mais de 500 mil euros. No meio dos destroços ficaram também 14 anos de história, registada em quase 500 horas de vídeo. Salvaram-se perto de 100 bombos que estavam num contentor fora do pavilhão, a aguardar reparação. "Em três semanas, reparámos 70. Não comprámos nem mais um", diz Rui Júnior, sublinhando que a situação deu ao grupo uma oportunidade para se "reerguer". O grupo enfrenta dificuldades financeiras, porque a venda de instrumentos e de merchandising, queimados pelo fogo, eram importantes fontes de rendimentos. Mas ninguém foi despedido. Até ao Outono, a direcção espera encontrar um novo local de ensaio, sem tomar "decisões precipitadas". "Queremos dar um passo em frente, sem memórias trágicas", afirma Rui Júnior. O novo espaço terá de ser melhor que o anterior, ao qual não pretendem voltar, embora continuem a pagar o imóvel.

Um "número considerável" de elementos abandonou o grupo depois do fogo, mas outros se juntaram. "Esta aproximação à população fez-nos bem", sublinha Rui. Para 29 de Maio está prometido o habitual desfile pelas ruas do Seixal, na 7.ª edição do Festival Portugal a Rufar.

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