Marina de Vilamoura mostra iates de milhões de euros

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Vilamoura acolhe, até dia 25, uma mostra de iates ( foto de arquivo) Virgíio Rodrigues

Uma casa no Algarve, com campo de golfe e um barco na marina é coisa para muito poucos. É a pensar nesses que está a decorrer em Vilamoura, até dia 25, a Boat Show 2011 - a maior mostra nacional de barcos de recreio expostos na água. Comprar um barco por medida, como se vai ao alfaiate por um fato, é possível - só que são precisos, quando se quer luxo, pelo menos dois milhões de euros.

Alguns dos barcos expostos, vistos por dentro, parecem vivendas a flutuar, com toda a tecnologia à mão. Os tecidos ou as madeiras usadas no interior, com a marca Louis Vuitton, não são acessíveis a qualquer um, mas quem está habituado a uma clientela endinheirada responde de imediato. "Não, não é caro", diz Tânia Rebelo, ao mostrar um iate da marca Princess, no valor de 1,5 milhões de libras, sem contar com os extras. "Os barcos são feitos por medida, à vontade do cliente." O preço, naturalmente, sobe em consonância com as exigências.

A mostra, com cerca de uma centena de barcos, apresenta propostas para todos os gostos e bolsas. Assim, a marinha de Vilamoura tornou-se o centro das atenções para quem visita o Algarve - uns querem comprar, outros limitam-se a sonhar com outras vidas no mar. "O Algarve possui condições únicas" para o turismo náutico, diz Jorge Alves, empresário do ramo há 19 anos, instalado na marina de Vilamoura. As condições do mar e do clima, no seu entender, propiciam condições de atractividade para um certo tipo de turismo, "não suficientemente explorado".

O golfe e as marinas, acrescenta, poderiam conferir à região um estatuto idêntico à Côte d"Azur, "com os barcos em destaque", servindo de cartaz para atrair investidores. Os proprietários dos grandes barcos, necessariamente, têm de falar a linguagem dos milhões, mas não quer dizer que cumpram as suas obrigações fiscais. "O fisco tem hoje meios de controlo dos contribuintes e a grande questão está em definir se queremos ou não criar condições para as pessoas investirem em Portugal", sublinha Jorge Alves.

Arquitecto de formação, apresenta neste certame, em promoção, um barco usado de 16,5 metros, com nove anos, de três quartos mais um, por um valor "na casa dos 400 mil euros". No que diz respeito ao perfil do cliente, destaca que "são empresários com algum sucesso, que gostam de mar e vão trocando de barco". Já no que toca ao futuro deste negócio, revela-se cauteloso. "Estou expectante, mas acho que o cliente com capacidade financeira continua a procurar barco talvez de um nível mais alto." O melhor período de vendas, recorda, decorreu entre 1999 e 2003.

"Comprar barco ou carro não é investimento, há uma desvalorização", reconhece. Mas a vida, sublinha, também é prazer. E mostra o catálogo de um Aloé, de 40 metros de comprimento, todo em alumínio: fica por 18,9 milhões de euros.

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