Comunistas em risco de perder Bengala Ocidental

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Pode ser o fim de 34 anos de poder

O domínio de mais de três décadas do Partido Comunista no governo do estado indiano de Bengala Ocidental estava ontem em jogo nas eleições regionais, que se esperava viessem a resultar na vitória da candidata Mamata Banerjee, a actual ministra federal dos Caminhos-de-Ferro.

De acordo com as sondagens, só o Norte do estado, predominantemente rural, deverá permanecer fiel à coligação Frente de Esquerda, liderada pelo Partido Comunista Indiano, no poder há 34 anos. Mas a frustração com o subdesenvolvimento económico e a violência das guerrilhas maoístas deverá levar a maioria do eleitorado a apostar na mudança do governo estadual de Calcutá, protagonizada por Banerjee e o seu partido Trinamool.

Conhecida como "Didi" (irmã mais velha), Mamata Banerjee tornou-se famosa pela sua retórica inflamada e pelo seu combate sem tréguas aos comunistas - o seu programa eleitoral promete transformar o bastião marxista de Bengala Ocidental na Suíça.

Aos 56 anos, Banerjee - populista e popular - viu a sua influência política crescer graças à aliança crucial com o Partido do Congresso, no Governo, cuja maioria de 272 votos no Parlamento está dependente dos 19 representantes do Trinamool.

A candidata, considerada uma das políticas mais honestas da Índia por causa do seu estilo de vida espartano, goza do apoio de Nova Deli para o seu programa de industrialização e construção de infra-estruturas. Aliás, a eventual vitória de Banerjee será um tónico para o Governo de Manmohan Singh, menorizado por escândalos de corrupção e a braços com uma revolta popular por causa da alta dos preços dos alimentos.

A sua liderança nas sondagens tem sobretudo a ver com a rejeição dos comunistas pelo eleitorado urbano, que consideram que o Governo privilegiou a agricultura, com a distribuição de terra a milhares de pessoas, em detrimento da instalação das indústrias modernas ligadas à tecnologia (como em Bangalore e Hyderabad).

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