Motins na Nigéria após divulgação de resultados das presidenciais

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Casas, lojas e templos foram incendiados e saqueados Afolabi Sotunde/Reuters

A vantagem do Presidente em exercício, Goodluck Jonathan, um zoólogo que assumiu o cargo no ano passado depois da morte do Presidente Umaru Yar’Adua, sobre o rival Buhari já ultrapassava os 10 milhões de votos na contagem preliminar realizada no domingo. O resultado oficial deu-lhe 57 por cento do total dos votos, garantindo-lhe a vitória logo à primeira volta.

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A vantagem do Presidente em exercício, Goodluck Jonathan, um zoólogo que assumiu o cargo no ano passado depois da morte do Presidente Umaru Yar’Adua, sobre o rival Buhari já ultrapassava os 10 milhões de votos na contagem preliminar realizada no domingo. O resultado oficial deu-lhe 57 por cento do total dos votos, garantindo-lhe a vitória logo à primeira volta.

A violência começou mal a imprensa noticiou a vitória de Jonathan. “A situação degenerou muito rapidamente. Estamos a falar da total ausência de lei e ordem em vários pontos do país”, lamentou o líder do Conselho Supremo da Sharia, Nafiu Baba-Ahmed, ao The Wall Street Journal.

Na cidade de Kano, largas centenas de jovens, armados com facas e paus, marcharam pelas ruas, semeando violência e atacando qualquer símbolo da candidatura de Jonathan ou do seu Partido Democrático Popular (PDP). Em Kaduna, outra grande cidade do Norte do país, os motins atingiram as casas dos membros do PDP, igrejas e mesquitas, a sede da comissão eleitoral, uma esquadra da polícia e uma prisão. Os edifícios foram incendiados por apoiantes que gritavam “Só Buhari”.

A partir de Suleja, no estado do Niger, um dirigente do Congresso dos Direitos Humanos dizia à CNN que a situação era de “pandemónio”, com fogueiras e tiros na rua, e pessoas mortas e feridas.

Tal como os seus apoiantes, também Buhari se recusou aceitar o desfecho da votação e a conceder a derrota até que os resultados fossem oficializados pela comissão eleitoral. “Perante as irregularidades que detectámos na contagem dos votos, não consideramos os resultados anunciados até agora credíveis”, disse à Reuters o seu porta-voz, Yinka Odumakin, deixando no ar suspeitas de manipulação baseado nas votações acima de 90 por cento atribuídas ao candidato rival em vários estados.