A Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, em Gondomar, admite desencadear "todas as acções e formas de protesto" para que sejam conhecidos rapidamente os resultados das análises aos resíduos depositados nas antigas minas, pedidas pelo Ministério do Ambiente em Julho.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) responde que o prazo dado ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), encarregado de realizar as análises, "ainda não expirou": "O relatório deve chegar à CCDRN durante a segunda quinzena de Fevereiro", disse Jorge Sobrado, do gabinete de assessoria.

A ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, tinha garantido que os resultados das análises seriam conhecidos em Novembro, mas a recolha de material no terreno apenas decorreu entre os meses de Novembro e Dezembro.

Oito meses depois de o caso ter sido tornado público, o presidente da junta de freguesia, Daniel Vieira, reafirma que está em causa um "crime ambiental" que inquieta a população local e que esta "continua sem saber que consequências pode ter o depósito ilegal destes resíduos".

As 320 mil toneladas de resíduos, provenientes da antiga Siderurgia Nacional da Maia, foram depositadas no antigo complexo mineiro entre 2001 e 2002. Ainda em 1996, a empresa Tecninvest realizou análises ao material da antiga Siderurgia: "Os resíduos devem ser considerados como perigosos para deposição em aterro", pode ler-se no relatório, actualizado em 2001. No caso de a selagem no local não ser possível, acrescentava então a Tecninvest, "os pós terão de ser previamente inertizados" e depositados num aterro, que "terá de ser [adequado] para resíduos perigosos".

O presidente da junta de freguesia lembrou ainda que os resíduos podem comprometer a qualidade da água: "Solicitámos informações sobre as análises à qualidade da água, uma vez que a própria ministra [Dulce Pássaro] admitiu ser possível a qualidade estar comprometida".