Começam hoje os funerais dos jovens que morreram em acidente no Cadaval

Dois dos três jovens que morreram, anteontem, na sequência de um violento despiste na Estrada Nacional (EN) 366, no Cadaval, trabalhavam num restaurante de fast food no outlet Campera do Carregado. Ontem, à hora de almoço, a consternação era evidente entre os colegas de trabalho, depois de, durante vários dias, terem assistido à forma efusiva como o condutor e uma das vítimas mortais, Evaldino Moreira preparava a festa do seu 21.º aniversário.

Foi no regresso da discoteca Green Hill (Foz do Arelho), já cerca das 7h45 da manhã de domingo, que ocorreu o acidente que envolveu um carro com cinco passageiros - todos com idades entre os 18 e os 24 anos. O Renault Mégane conduzido por Evanildo, despistou-se e embateu violentamente num eucalipto da berma da estrada. Três dos jovens ocupantes, morreram no local e Ana Ferreira, que também trabalha no mesmo restaurante do Carregado, sofreu ferimentos graves e foi transportada para um hospital de Lisboa.

"A Ana está estável, está consciente e a recuperar. Isto para nós foi um grande choque", disse, ao PÚBLICO, o responsável pelo restaurante da cadeia McDonald"s, que emprega cerca de 50 pessoas),

"Durante a semana passada falava muito na festa de anos", acrescentou, referindo-se ao condutor, que acabou por morrer no dia de aniversário.

Os funerais de Evanildo e de outra vítima, Márcio, realizam-se hoje. "Todos querem participar e estamos a ver com outras lojas como é que nos vamos organizar", vincou o gerente, sublinhando que Evanildo vivia essencialmente para o trabalho e para os estudos. "Queria acabar o 12.º ano."

No restaurante do Carregado trabalha também um irmão mais velho de Evanildo, originário de uma família de ascendência cabo-verdeana residente no centro do Carregado. O segundo sobrevivente, de nome Paulo, residente na Castanheira do Ribatejo, sofreu também ferimentos com alguma gravidade. A terceira vítima mortal foi um jovem de origem ucraniana.

O distrito de Lisboa foi, juntamente com Faro e com o Porto, um dos que tiveram pior evolução na sinistralidade grave em 2010. Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, morreram nas estradas do distrito de Lisboa 93 pessoas, mais 14 que no ano anterior, o que traduz um agravamento de 18 por cento.

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