Sindicato tem proposta para manter comboios no ramal do Setil

Foto
CP alega que autarquias se atrasaram nas compensações joao gaspar

Alternativa admite que três ligações diárias para cada sentido corresponderiam minimamente às necessidades dos utentes

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante apresentou uma proposta de redução de custos que permitiria manter a circulação de comboios de passageiros no ramal Setil-Vendas Novas. O objectivo passa por evitar a suspensão que a CP quer aplicar já a partir de 1 de Fevereiro.

O documento, enviado ao conselho de gerência da CP e ao Ministério das Obras Públicas, sustenta que, com uma redução de dez para seis comboios diários entre Coruche e o Setil será possível baixar os custos operacionais em 40 por cento. A CP alega que os prejuízos do relançamento deste serviço de passageiros já ultrapassaram os 500 mil euros entre Setembro de 2009 e Outubro de 2010.

O sindicato alerta para as consequências sociais e laborais desta nova supressão dos comboios de passageiros no ramal Setil-Vendas Novas. A medida tem sido muito contestada pelas Câmaras de Coruche, Cartaxo e Salvaterra de Magos e por vários deputados. Mas a CP já distribuiu pelos utentes deste ramal uma comunicação onde explica que, "por não estarem reunidas as condições necessárias à continuidade da exploração do serviço ferroviário, o trajecto Setil-Coruche-Setil será suspenso a partir de 1 de Fevereiro". O mesmo documento sublinha que a procura "não tem justificado a manutenção" dos serviços. A CP explicou que também estão em causa os atrasos daqueles três municípios no pagamento das parcelas de prejuízos que lhes cabem.

O sindicato defende que é nos momentos de maiores necessidades para as populações que "o transporte ferroviário público, com tarifas sociais, deve estar presente e não o contrário" e salienta que a ausência de comboios no interior do país "vai acentuar ainda mais o isolamento, a desertificação e o empobrecimento das populações".

Sugerir correcção