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Morreu Azevedo Soares, ministro e dirigente do PSD

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Eduardo Azevedo Soares

Foi oficial da Marinha e continuou a ser tratado por comandante, apesar de ter trocado a carreira militar pela actividade política pouco depois do 25 de Abril de 1974. Antigo ministro do Mar do governo liderado por Cavaco Silva, ex-dirigente nacional do PSD, Eduardo Azevedo Soares morreu anteontem, vítima de cancro, aos 69 anos. O funeral sai hoje, pelas 10h30, da Basílica da Estrela para o Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Na mensagem de condolências enviada à família, o Presidente da República, Cavaco Silva, destacou "a profunda dedicação à causa pública" de Azevedo Soares, apontando-o como uma personalidade exemplar pelo seu carácter íntegro e o seu testemunho cívico.

"O país perdeu um dos seus cidadãos mais ilustres", lamentou, por seu lado, o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, sublinhando "os valorosos serviços" que o antigo ministro do Mar prestou ao país. E anotando, também, "a profunda lealdade e sentido de urbanidade" que pautaram as suas relações políticas, enquanto ministro dos Assuntos Parlamentares, com Azevedo Soares, então vice-presidente da comissão política nacional do PSD, presidida por Luís Marques Mendes.

Este foi o último cargo que ocupou no PSD, depois de ter sido secretário-geral do partido durante a liderança de Fernando Nogueira. Integrou o primeiro Governo minoritário de Cavaco Silva como secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e, depois de um interregno de quatro anos, regressou ao executivo, à frente do Ministério do Mar. Entre 1995 e 2002 foi deputado à Assembleia da República.

A "invulgar dedicação à causa pública" é uma das características que Marques Mendes põe em evidência, lembrando as qualidades pessoais de um notável e "leal" conselheiro político, com que sempre contou. "Adorava a política, era um belíssimo analista." Discreto, quase aristrocrático no trato, Azevedo Soares "adorava a política, fugindo muito ao protagonismo", conta Marques Mendes, que confessa ter perdido "um amigo fabuloso". Filomena Fontes

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