Rio garante que Câmara do Porto não voltará a sustentar um Rivoli sem espectadores

Autarca está a negociar com Governo o sucessor de Arlindo Cunha na Porto Vivo SRU e não confirma nome? de Rui Moreira

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, garantiu ontem que o Rivoli não vai regressar a um modelo de gestão em que a autarquia assuma a maior parte dos custos, apesar de, recentemente, o assessor jurídico de Filipe La Féria ter anunciado a saída deste produtor daquele teatro municipal. "É evidente que não vamos regressar à situação em que a câmara paga tudo e o Rivoli não tem espectadores", afirmou Rui Rio aos jornalistas, à margem da abertura de uma loja de merchandising na Casa do Infante (ver texto em baixo).

Para o autarca não restam dúvidas. É preciso encontrar uma alternativa a La Féria, mas dentro dos moldes actuais, em que, segundo dados antes avançados pela autarquia, se poupam, anualmente, cerca de 2,25 milhões de euros. "Tem que ser sempre al- guém que comparticipe fortemente nos custos e que tenha programação de qualidade que chame as pessoas", reforçou Rui Rio. O presidente da câ- mara sublinhou ainda que, com a realização do Fantasporto, a programação do Rivoli já está garantida até ao final de Março próximo e que, entretanto, irão agendar espectáculos para Abril, Maio e Junho.

A Loja do Infante vai ser gerida pela Associação Comercial do Porto, presidida por Rui Moreira, que também marcou presença na inauguração deste novo espaço comercial orientado para turistas. Instado a comentar se a Câmara do Porto recomendou o nome de Rui Moreira para suceder a Arlindo Cunha à frente da Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), como noticiou a Lusa na passada semana, Rui Rio afirmou: "Se estou a negociar com o Governo, não vou publicamente dizer nada."

A Porto Vivo SRU é detida em 60 por cento pelo Estado e em 40 por cen- to pela Câmara do Porto, pelo que se- rá o poder central a ter a última palavra sobre o futuro presidente do conselho de administração da sociedade. Igualmente questionado sobre este tema, Rui Moreira voltou a recusar prestar qualquer declaração.

Segundo noticiou a Lusa recentemente, a Câmara do Porto propôs o nome de Rui Moreira para substituir Arlindo Cunha à frente da Porto Vivo. Interrogado sobre a sua própria substituição, Arlindo Cunha confirmou a sua saída da Porto Vivo. "Quando fo- mos reeleitos para o segundo mandato, eu tinha dito ao dr. Rui Rio que deixava em aberto a possibilidade de, a qualquer momento, ter que o interromper, porque tinha perspectivas de novos projectos", explicou.Ar- lindo Cunha lembrou que foi eleito presidente da Comissão Vitivinícola do Dão e que, antes de tomar posse, no início de Novembro, escreveu uma carta aos accionistas a renunciar ao mandato, "na sequência do entendimento que tinha com a câmara".

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