General Motors acelera ganhos no regresso à bolsa de Nova Iorque

O regresso da General Motors à bolsa, naquela que pode ser a maior oferta pública inicial de venda (ou IPO, de initial public offering) lançada desde sempre, foi ontem assinalada pelo arranque do motor de um Camry no chão da bolsa de Nova Iorque, em substituição do tradicional toque de sino.

Esta aceleração fez-se sentir também na subida das acções, que chegaram a valorizar acima dos sete por cento e a meio da sessão (pelas 13h30 em Nova Iorque) estavam ainda a subir quase seis por cento, o que ontem fez "mexer" não só os mercados americanos mas também as principais praças europeias. O título da GM, que começou ontem a cotar em Wall Street e na bolsa de Toronto, abriu a sessão nos 35 dólares e mantinha um valor aproximado a meio da sessão, face aos 33 dólares que tinham sido anunciados na véspera para o IPO.

A forte procura na operação fez-se sentir no montante total arrecadado, que, incluindo uma opção de venda adicional dependente da procura, terá chegado aos 23,1 mil milhões de dólares - ultrapassando assim a maior operação do género que tinha sido até hoje realizada, a do Agricultural Bank of China, por 22,1 mil milhões de dólares em Julho passado.

Para conseguir cobrir o montante investido pelos contribuintes, ainda assim, o Tesouro norte-americano terá de alienar os 500 milhões de acções que restam por um preço médio de 53 dólares cada nas operações de venda em bolsa que se realizarem durante os próximos meses e anos, indicava ontem o The New York Times. Em causa estão 50 mil milhões de dólares que foram injectados na companhia quando, há um ano e meio, a Administração Obama lançou uma operação de salvamento do grupo, o maior fabricante do sector automóvel nos Estados Unidos. A oferta continua "o nosso compromisso firme de sair deste investimento enquanto protegemos o contribuinte norte-americano", declarou esta semana o Presidente norte-americano.

No total, dos 61 por cento que estavam nas mãos do Tesouro, deverão restar apenas 26 por cento para dispersar em bolsa, calculava ontem o Times. Os números que tinham sido anunciados no início desta semana apontavam para a venda de uma fatia de 18 a 20 por cento das acções da GM, por 27 a 29 dólares cada.

Para já, a companhia automóvel deverá este ano conseguir o seu primeiro exercício com lucros desde 2004 e a indústria automóvel norte-americana parece estar a recuperar da crise. Mas por resolver continuam, no que respeita à GM, a dívida da companhia e o buraco no fundo de pensões, lembrou ontem a Administração. Este será o desafio de Dan Akerson, que tomou conta da GM há três meses.

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