Marat Izmailov aponta o dedo à estrutura de futebol leonina

A difícil coexistência entre Marat Izmailov e os responsáveis do Sporting pode ter-se tornado insustentável após a entrevista do jogador ao jornal russo Soviet Sport. É que o médio não poupou críticas a dirigentes e corpo clínico, que acusa de serem responsáveis por não estar em competição nesta altura.

"Há muito que deixei de confiar nalgumas pessoas do Sporting. Graças a elas, agora não posso jogar", avançou o jogador, antes de aprofundar as acusações: "Os médicos são tão engraçados que nem me apetece falar deles. A direcção... não sabe cumprir a palavra. O presidente do Sporting ainda há um ano me prometeu melhorar as condições do meu contrato, mas depois esqueceu-se das suas palavras."

O director para o futebol foi outro elemento na mira do médio ofensivo. "Costinha prometeu-me que, logo que surgisse uma proposta de outro clube, o Sporting não me cortaria as pernas. Mas, quando fui ter com ele com propostas sérias, respondeu-me com uma recusa. Isto é só um exemplo. Perdi a confiança nestas pessoas", afirmou numa entrevista realizada em Munique, na Alemanha, onde aguarda para ser operado ao joelho direito.

Multaram-me por não jogar

Izmailov procurou ainda explicar a demora de uma intervenção cirúrgica, que já estava anunciada há dois meses pelo clube de Alvalade: "No início da pré-época, o nosso médico [Gomes Pereira] deu-me uma injecção e a pela à volta inflamou. Por isso tivemos de fazer uma operação plástica. Infelizmente, não podia fazer duas operações ao mesmo tempo na pele e no ligamento rotuliano. Era preciso esperar que a inflamação passasse."

Uma lesão que levou a novas críticas do jogador aos responsáveis leoninos. "Essas pessoas que diziam que tinha agora de ser operado, eram as mesmas que me multaram em 30 mil euros na época passada, por não ter participado num jogo da Liga Europa contra o Atlético de Madrid. Como se eu pudesse jogar, mas não quisesse... Nunca me tinha confrontado com uma contradição tão cruel na minha vida", justificou.

O médio russo esclareceu ainda que o motivo da entrevista era o seu desejo de explicar as "divergências misteriosas" que tem mantido nos últimos meses como o clube português. P.C.

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