Cobertura do Arthur Ashe Stadium em banho-maria

Uma final do Open dos EUA disputada pelo terceiro ano consecutivo a uma segunda-feira dá que pensar. E quando, no domingo, o derradeiro encontro do último Grand Slam do ano, entre Rafael Nadal e Novak Djokovic, foi mesmo adiado e mais de 20 mil pessoas tiveram de voltar para casa sem ver ténis, houve tempo e espaço para questionar, uma vez mais, a federação norte-americana de ténis (USTA): por que é que não se cobre o Arthur Ashe Stadium?

"É tecnicamente complexo e financeiramente desafiador. Com um custo superior a 150 milhões de dólares [120 milhões de euros], ou gastamos isso num tecto ou continuamos a apoiar os programas de promoção e desenvolvimento do ténis neste país", disse o porta-voz da USTA, Chris Widmaier. Parece que o grande problema é mesmo a dificuldade de cobrir o maior court de ténis do mundo. E a oportunidade de o fazer poderia ter sido aproveitada quando se projectou o Arthur Ashe Stadium, com capacidade para 23 mil espectadores e inaugurado em 1997. Mas, à boa maneira americana, optaram por erguer o maior court do mundo - curiosamente baptizado com o nome de um dos campeões mais humildes e discretos que o ténis já conheceu.

Foram muitos os que, então, aconselharam a que se reduzisse a capacidade do estádio para incluir o tecto amovível, imitando o que fizeram os outros torneios do Grand Slam, o Open da Austrália e Wimbledon. E, em Roland Garros, as negociações estão adiantadas. Num país onde o poder da televisão é enorme, talvez estes adiamentos sucessivos originem uma maior pressão da estação que detém os direitos televisivos.

Chris Widmaier admitiu que a presidente da USTA, Lucy Garvin, dirige um comité que irá recomendar à federação vários melhoramentos a serem feitos no complexo de Flushing Meadows, incluindo a cobertura de courts mais pequenos. O antigo central, Louis Armstrong Stadium, agora reduzido a 10.500 lugares, poderá ser um dos contemplados.

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