a "Fiz o quê? Onde?! Mas isso foi há meses, lembro-me lá..." Se as promessas da tutela passarem à prática, a aplicação de multas vai passar a ter lugar nas 48 horas seguintes às infracções de tráfego a que dizem respeito. O secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, explica que os membros das forças de segurança vão passar a dispor de um sistema de assinaturas electrónicas que lhes permitirá elaborar o expediente das multas com muito maior rapidez do que até aqui. Um ganho que não se fica só pelo dinheiro arrecadado: "A morosidade excessiva entre a infracção e a notificação do infractor limita o efeito dissuasor da contra-ordenação".

"Esta é a única linguagem que muitos condutores entendem: a da contra-ordenação", observa o governante, que foi vereador da Câmara de Lisboa durante mais duas décadas. O secretário de Estado mostra-se particularmente sensível às recentes críticas do presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, Manuel João Ramos, a propósito dos números da sinistralidade: "Constituem um discurso pouco normal e até perigoso, uma vez que atribuir ao Governo as culpas pelos acidentes desvia as atenções das verdadeiras causas, invariavelmente associadas à condução perigosa". Manuel João Ramos diz-se mais preocupado com a falta de poderes da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária: "É preciso alguém que ponha ordem nas autarquias, porque cada qual inventa o seu sistema de segurança rodoviária. E Paulo Marques não o vai conseguir". A.H.Vasco Franco diz que, se autarquias não elaborarem planos de segurança rodoviária, serão obrigatórios