PJ está a investigar o incêndio em armazém da fábrica de pneus Continental/Mabor

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Ao princípio da noite, procedia-se ao rescaldo em 70 por cento da área paulo ricca

Comandante dos bombeiros estranha circunstâncias do fogo. Um segundo incêndio com início quase na mesma altura deixou em perigo outro edifício da empresa

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio que deflagrou segunda-feira num armazém de matéria-prima da fábrica de pneus da Continental/Mabor em Famalicão e que, à hora de fecho desta edição, ainda não tinha sido definitivamente extinto. A hipótese de as chamas terem tido origem criminosa é admitida pela PJ que, contudo, não exclui a possibilidade de estar perante um acidente.

O edifício foi em tempos uma fábrica, mas há muito que era apenas utilizado como local de armazenamento, e muito raramente recebia a visita de alguém da empresa, para além dos elementos de segurança que faziam rondas regulares. Assim, na altura do início do incêndio, anteontem, por volta das 14 horas, não havia no local trabalhos a decorrer. Nem havia, segundo responsáveis da empresa, funcionários que, de algum modo, pudessem provocar a ignição. Foram, aliás, os tais elementos de segurança que descobriram e deram o alerta de incêndio.

Vítor Azevedo, comandante dos Bombeiros Voluntários de Famalicão, e coordenador do combate ao incêndio que chegou a envolver 60 homens e 18 viaturas, considera "muito estranho que um armazém sem máquinas, sem trabalhadores" e - de acordo com o que lhe foi dito pela Continental/Mabor - "com a electricidade desligada comece a arder sem intervenção humana".

Outro aspecto que, na altura, provocou alguma estranheza foi o facto de, ao mesmo tempo que os bombeiros chegavamao armazém tomado pelas chamas, ter sido dado o alarme para um segundo incêndio, a menos de um quilómetro do primeiro. Deflagrou num armazém próximo de outro edifício da mesma empresa. Então, a corporação de bombeiros da própria Continental/Mabor dirigiu-se para este segundo fogo e conseguiu extingui-lo.

No regresso ao incêndio maior, os bombeiros da empresa explicaram ao PÚBLICO que tinham sido eles a responder ao segundo alarme, por estarem em causa interesses da Continental/Mabor.

Só ao final do dia de ontem é que os bombeiros conseguiram entrar no que restava do armazém. À hora de fecho desta edição, permaneciam no local 20 bombeiros. De acordo com Vítor Azevedo, 70 por cento do armazém estava já em rescaldo, mas o restante continuava a arder. M.O.

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